“Café com SOR” analisa TV 3.0

Raymundo Barros, presidente do Fórum SBTVD realiza keynote na sede da Anatel em Brasília, onde descreveu os passos percorridos em prol do novo padrão de TV 3.0 e instou ao setor a continuar o trabalho conjunto e afirma que estamos no melhor momento das últimas 4 décadas.

Raymundo Barros, presidente do Fórum SBTVD e conselheiro da SET/ Foto: Luana Bravo

O presidente do Fórum Sistema Brasileiro TV Digital Terrestre (SBTVD), Conselheiro da SET e Diretor de Estratégia & Tecnologia  da Globo, Raymundo Barro iniciou a sua palestra afirmando que “a radiodifusão vive um momento fantástico. O Fórum SBTVD trabalha bem e fez uma excelente internacionalização para mais de 20 países. Fizemos um desligamento analógico que é exemplo no mundo, com uma agenda muito positiva. Em 42 anos de indústria talvez não tenhamos tido um momento tão positivo”.

Para Barros, o decreto assinado em abril passado pelo Presidente Lula mostra que a “radiodifusão vai evoluir para o outro patamar. O papel da TV aberta no Brasil, disse, releva “força e relevância que são únicas no mundo”.

Segundo o executivo, a TV aberta segue sendo a grande plataforma universal de entretenimento para a população brasileira com “novos hábitos de consumo, novos formatos de vídeo e de áudio imersivo, falando de 4k e 8K, com disponibilidade de telas com maior resolução que é disponível na TV digital, e um conjunto de experiências imersivas”.

Ele disse, ainda, que “hoje quase todas as telas produzidas no Brasil são 4K, e o televisor se tornou o segundo device para acesso a Internet no Brasil”, e as casas estão conectadas com a TV, por isso, “a TV conectada é a grande oportunidade da indústria”. Segundo Barros, caminhamos para a TV 3.0 com um passo anterior realizado em 2021 quando foi lançada a TV 2.5.

Futuro

Para Barros, “na TV 3.0 teremos imersão total. O consumidor não precisa saber se o conteúdo chega pela TV ou pela Internet”, motivo pelo qual “devemos afrontar uma mudança tecnológica mais rápida. Temos de desacoplar a tela da camada física, que permite evoluir na camada física que nos permita ter uma aceleração do desenvolvimento tecnológico”.

Barros afirmou ainda que o futuro passa por uma mudança de modelo, com uma “Integração fluida, que completa a integração entre broadcast e broadband, com uma união da publicidade da TV aberta, que trabalha a publicidade tradicional, que passe para uma experiência logada e desta forma se passe a uma oferta de conteúdo personalizada e uma publicidade endereçada em um ambiente cloud safety. Tudo porque “o DTV Play passa a ser o centro da experiência de ver TV 3.0” e, assim, as emissoras possam assumir o “modelo de publicidade definido por performance, e as emissoras possam mudar o seu negócio de TV aberta para um negócio digital, que amplia a experiência”.

Sendo assim, explicou, “precisamos evoluir para entrar na economia digital, e a TV 3.0 permitirá isto”, além de permitir a “segmentação geográfica, que permite o reuso de frequência e discussão sobre os trade-offs de qualidade, sendo uma evolução com respeito ao modelo atual”.

Outro ponto que é preciso melhorar, disse, é a acessibilidade e com isso, permitir melhor acesso ao conteúdo. Ainda, “haverá mais facilidade para entrar no ambiente móvel. A TV deixa de ser o famoso zaping de TV, agora a haverá um superApp da radiodifusão com uma experiência baseada em aplicativo”.

Próxima geração no Mundo

Barros disse que o Japão é um parceiro histórico, mas não aparece como um parceiro no novo modelo de TV 3.0 que se pode implementar no Brasil.  Por outro lado, disse que o Fórum olha a Europa, mas que a indefinição europeia, fez com que o país seguisse outro caminho.

Ele disse que os exemplos a seguir podem ser os utilizados pelo ATSC 3.0 tanto na Coréia do Sul como nos Estados Unidos. No primeiro “a liberação de espectro dedicado a TV linear e – ver slide

Com respeito aos norte-americanos, disse que desde 2018, com o inicio do processo de implementação do ATSC 3.0, “gerou um aumento de audiência que passou de 8% aos 27% da população”, assim “o ATSC 3.0 veio com um aliado”.

Por Fernando Moura