América Latina inicia a etapa final da digitalização da TV aberta em 2023

A Dataxis aponta que, em 2022, os canais FTA (free-to-air) foram a principal opção de acesso à TV para 50% dos domicílios equipados com TV na América Latina.

Segundo o executivo da Dataxis, em 2022, os canais FTA, canais de abertos, foram a principal opção de acesso à TV para 50% dos domicílios equipados com TV na América Latina. Deste público, 87% teve acesso à opção de Televisão Digital Terrestre (TDT), disponível em quatro padrões diferentes. A partir de 2023, vários países concluirão a migração do analógico para o digital; um processo que levou vinte anos para o padrão ISDB-T, o mais popular da região. Esse atraso pode ter fechado o caminho para opções interativas de nova geração. Como efeito inesperado, desde 2021 a TDT também é utilizada como uma opção de baixo custo para desligar o cabo analógico.

Carlos Blanco, Analista Sênior da Dataxis, afirma que “acompanhando as crescentes dificuldades enfrentadas pelos atores da TV por assinatura, o universo de usuários da TV aberta tem aumentado ao longo do tempo”. O executivo explica que apenas alguns países já concluíram a desativação do analógico: Bermudas (2016), México (2015) e Porto Rico (2009). O  relatório da empresa afirma que “o processo de digitalização da TV aberta na América Latina tem sido caracterizado por atrasos em sua implementação. Embora a pandemia tenha alongado os prazos, o principal obstáculo tem sido o ritmo mais lento de troca de aparelhos de TV. Em 2022, a Dataxis estimou que quase 64% dos aparelhos de TV já eram digitais; um indicador otimista, mas que escondia variações entre países. Em 2023, a transição deveria ser concluída no Brasil, e seria a primeira da região para a família ISDB-T. Esta terá sido uma jornada de exatamente duas décadas. O restante dos desligamentos analógicos (ASO) anunciados ocorrerá entre 2023 e 2028. A Dataxis projeta que, até 2026, 51% das residências terão FTA e 94% serão digitais”.

Blanco disse ainda que “embora as opções de TDT possam oferecer soluções interativas, atrasos no desenvolvimento da opção básica podem ter fechado essa janela. A oportunidade de ter um canal de retorno será aproveitada pelas SmarTVs, aparelho que já estava presente em 49% das TVs da América Latina em 2022”.

O relatório disse, ainda, que Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Panamá contam com uma cobertura de rede que chega a mais de 80% da população. “A República Dominicana atingirá esse patamar em 2023, enquanto as redes do Equador e do Uruguai atingem 65% da população. O restante da região ainda apresenta baixos níveis de disponibilidade, atingindo entre 25% e 40% dos moradores”, concluiu Blanco.

Por Fernando Moura, em São Paulo