Agregador de conteúdo e poder da TV aberta são debatidos em painel sobre transformação do consumo de mídia

Um encontro que buscou propor possíveis respostas para uma questão específica: Como a Transformação do Consumo de Mídia Tem Impactado nos Negócios: é Necessário Insistir ou Reinventar?

O painel da trilha Consumo de Mídia do SET EXPO reuniu Roberto Dias Lima Franco, Conselheiro da SET e Diretor de Assuntos Institucionais e Regulatórios do SBT, José Marcelo Amaral, Diretor de Engenharia e Operações da RecordTV, e Raymundo Barros, Conselheiro da SET e Diretor de Estratégia & Tecnologia da Globo.

Experiência e visão de negócios marcaram a conversa, que foi moderada por Marcelo Torres, jornalista e apresentador do SBT Brasil. A resposta à pergunta que deu nome ao painel é bem mais complexa e vai depender de muitos fatores e de novas descobertas.

Roberto Franco (esq.), José Marcelo Amaral (centro) e Raymundo Barros (dir.).

“O mundo é beta. É sempre tentativa e erro. E o que fazemos é basicamente informar e entreter pessoas”, afirma Franco. “Só que não é mais um mundo de ‘como fazer’, mas um mundo de ‘por que fazer’. Antes, a gente conhecia o comportamento coletivo e agora precisamos conhecer o comportamento individual. Antes ditávamos hábitos, hoje seguimos tendências e precisamos aprender a co-criar com o público, com a audiência.”

Ele complementa ao responder uma pergunta sobre futuro: “Daqui a cinco anos, acredito que o consumo de conteúdo ainda será majoritariamente massivo, porque as pessoas querem saber juntas o final da novela, o resultado futebol, o vencedor do reality show. Essas coisas são experiências coletivas e continuarão sendo. Porém o consumo individual, sob demanda, continuará sendo uma realidade importante.”

A relevância da TV aberta no futuro do consumo de mídia foi destacada por Amaral. “A TV linear tem uma credibilidade e um poder de persuasão que ainda é muito relevante e as novas plataformas não têm esse mesmo poder. A gente concorre hoje com plataformas e meios de distribuição de conteúdo que ainda não apresentaram modelos de negócios sustentáveis.”

Para Barros, 2022 será o ano de readequação da indústria de mídia, no qual os modelos de negócios e de financiamento tendem a ser mais conservadores e seguros. Ele também destacou uma visão que tem permeado os painéis do SET EXPO – o agregador de conteúdo. “O agregador inteligente será a próxima onda na nossa indústria, mas ainda não sabemos quem serão os grandes players.”

A visão de futuro para a distribuição de conteúdo da Globoplay também foi lembrada. “Nossa visão de futuro é ter um app que abstraia todos os modelos de entrega e de negócio, que seja indistinguível se o conteúdo é TV aberta, programação linear, live streaming ou on demand para entregar uma experiência integrada. Tudo isso convergindo na TV conectada, já que hoje 70% do conteúdo Globoplay é visto em TVs. É uma visão simples de explicar, mas muito desafiadora para colocar de pé.”