Os executivos brasileiros na NAB 2014

Nº 143 – Julho 2014

Por Fernando Moura

REPORTAGEM

A Revista da SET realizou algumas entrevistas com representantes brasileiros que trabalham nas principais empresas de broadcast no mundo. Nesta reportagem mostramos brevemente quais as principais tendências do mercado brasileiro e algumas perspectivas de futuro.

Ricardo Milani, gerente de vendas da For-a no Brasil afirma que o mercado brasileiro tem boas perspectivas

Cada vez mais as empresas internacionais se estabelecem no Brasil e trabalham com executivos brasileiros para ter uma maior proximidade com os broadcasters nacionais e garantir uma melhor visão de mercado. A tendência e ter cada vez escritórios próprios e suporte técnico local para garantir uma rápida solução a eventuais problemas.
A Riedel Communications, responsável por alguns dos mais avançados sistemas que são usados nas grandes produções para televisão dos eventos desportivos e de entretenimento mostrou como as suas soluções de redes de comunicação com suporte de transmissão de vídeo, áudio, dados e intercomunicação em tempo real ganham um novo patamar de aplicações com a implementação da nova arquitectura MediorNet 2.0.

Durante o evento, a Revista da SET conversou com Fabiano Botoni, diretor de vendas internacionais de Riedel, e responsável pelos escritórios da empresa alemã no Brasil afirmou que a empresa esta crescendo e terá escritórios maiores em São Paulo.

Para Alex Kossuta da Screen Service do Brasil, o balanço do seu primeiro ano como líder do projeto no país é positivo

Botoni diz à Revista da SET que a Riedel está “aumentando o suporte local com maior proximidade com os clientes brasileiros. Penso que é um mercado em expansão que pode crescer e muito. Nossa ideia é estar mais perto dos clientes e avançar em novos projetos”.

Segundo Botoni, a ideia da marca é aumentar a presença no mercado broadcast e para isso criar no país, os “Riedel Tuesday”, criar workshops nas terças-feiras para que os técnicos possam experimentar os produtos e manusear as tecnologias da marca. “Na Europa se faz há anos, e dá muitos resultados. Esperamos fazer isso primeiro em São Paulo, depois em algumas outras cidades para mostrarmos nossos equipamentos e o que é possível fazer com eles”.

Estevão Ghizoni, gerente de vendas da Intelsat para América do Sul e Caribe disse à Revista da SET que a demanda no Brasil e região continua a crescer

Outro dos entrevistados foi Alex Kossuta, vice-presidente de vendas e marketing, e Country Manager do Brasil da Screen Service do Brasil, empresa especializada na produção de equipamentos e serviços para a transmissão de sinal de televisão digital com fábrica em Pouso Alegre, Minas Gerais.
Para Kossuta, o balanço do seu primeiro ano como líder do projeto no país é positivo. “Estamos mais perto do cliente, estamos trabalhando e produzindo tecnologia em Pouso Alegre. Hoje somos competitivos e estamos trabalhando para fornecer nossos produtos as empresas que estão mudando seus sistemas analógicos para o digital”.

O responsável da Screen Service do Brasil disse à Revista da SET que uma das principais propostas da empresa é poder “oferecer produtos para entregar o ecossistema completo para os clientes que querem ingressar no mundo digital”, porque “hoje o mais importante é oferecer soluções completas, soluções que permitam mediante a tecnologia de transmissão que o broadcaster resolva sua emissão e possa migrar rapidamente para o mundo digital”.

Wilson Zeferino, engenheiro de vendas para América Latina e Caribe de produtos profissionais e broadcast da Fijifilm afirma que o Brasil é um mercado promissor para as lentes Cabrio da marca

Juan Carlos Ortolan da Ross Video afirmou que a empresa, no seu 40º aniversario esta aumentando a sua presença no país com novos escritórios no Rio de Janeiro. “Queremos ter um maior espaço na cidade e melhores condições de atendimento. Não só aumentaremos nossas instalações senão que teremos mais pessoal de vendas e suporte no país”.

Para Ortolan, o balanço da NAB é muito positivo e mostra com a presença de marca tem aumentado no país. “Cada vez temos mais implantações e mais projetos de trabalho, por isso apostamos fortemente em projetos importantes na Copa do Mundo Brasil 2014. A Copa prometia trazer muitos investimentos, estes não chegaram nos níveis que pretendíamos mas foram implantados muitos equipamentos e avançamos no país”.

Fabiano Botoni, diretor de vendas internacionais de Riedel, e responsável pelos escritórios da empresa alemã no Brasil disse que a empresa esta crescendo e terá escritórios maiores em São Paulo

Ricardo Milani, gerente de vendas da For-a no Brasil afirmou que os negócios visando a realização da Copa do Mundo foram bons e importantes porque a câmera FT-ONE CMOS que grava em formato RAW nativo em alta velocidade para a memória RAM interna em super-slow motion.
Milani confirmou na NAB 2014 que esta seria utilizada para a realização dos jogos da Copa do Mundo, tanto pela NHK que realizou jogos em 8K como por parte da transmissão em HD realizada pela FIFA. “Realizamos alguns ajustes e agora temos uma interfase óptica que permite transportar o sinal 4K a través de uma fibra óptica SMPTE com 4 sinais HD”.

Mercado Satelital
Jurandir Pitsch, gerente de Vendas para América Latina de SES afirmou à Revista da SET que a empresa aposta no mercado de DTH com set-top boxes híbridos porque esta é “uma tendência natural para ter um produto mais competitivo com as operadoras de cabo e IPTV.
Com o set-top box híbrido é possível ter interação com a operadora, permitindo soluções de Video On Demand e acesso Internet, inclusive para Over-the-top. Trata-se de uma solução muito atraente, permitindo a união das duas tecnologias e dando aos usuários acesso a canais de alta qualidade (a até Ultra HD) diretamente pelo satélite, além da conveniência do acesso de Internet para comunicação com a operadora, VOD e OTT”.
Para Pistch, o mercado de satélites no Brasil ainda tem espaço para novos satélites. “O número de canais HD tem crescido bastante e, com o uso de telas de maior tamanho nas residências, existe a necessidade de se melhorar a qualidade dos canais, tanto HD como SD, com taxas de compressão menos agressivas (que exigem mais banda). Além disso, os projetos de satélite são de longo prazo e têm que absorver o crescimento com as novas tecnologias, como Ultra HD, canais 3D etc. Assim, ainda nos próximos anos, a taxa de ocupação da banda satelital na região, mesmo com os novos lançamentos, ainda deve estar acima de 70%”.
Nesse mercado, Sérgio Chaves, diretor de Negócios para América do Sul afirmou que a Hispamar têm projetos a futuro para o mercado latino-americano porque este é um dos mercados mais promissores do mundo.
“No Brasil temos conteúdos locais e regionais, por isso, temos um mercado muito extenso e apostamos nisso. O Amazonas 4A é para estender a nossa oferta na região, é um satélite específico para broadcast, para ser utilizado por los radiodifusores do país e da região” afirma Chaves.
Estevão Ghizoni, gerente de vendas da Intelsat para América do Sul e Caribe disse à Revista da SET que a demanda no Brasil e região continua a crescer. De fato, pensando na Copa do Mundo a Intelsat organizou seu portfolio pensando em que os programadores tenham garantido cerca de 500 MHz de capacidade em sete satélites, em tempo integral, para transmissão dos jogos da Copa do Mundo 2014 para as Américas e a Europa. Os sete satélites são: Galaxy 19 localizado a 97.0° Oeste; Intelsat 1R localizado a 310° Leste; Intelsat 11 localizado a 317° Leste; Intelsat 805, localizado a 304.5° Leste; Intelsat 901 localizado a 342° Leste; Intelsat 23 localizado a 307°Leste e Intelsat 21 a 302° Leste.

Jogos Olímpicos Rio 2016
A Panasonic apresentou na NAB 2014 a sua nova câmara 4K, a VariCam modular que expande o conceito de sistemas AVC-ULTRA, com um bloco de sensor MOS super 35mm e que usa o mesmo módulo de gravação que suporta a outra nova VariCam de sensor de 2/3”, desenhada para captação HD 1080p até 240fps, ambas usam interfaces 3G-HD-SDI (x4), com HD-SDI para monitorização convertida do sinal 4K.
Sérgio Constantino, gerente de vendas para o mercado broadcast da Panasonic afirmou que o principal objetivo da marca são os Jogos Olímpicos Rio 2016 dos quais é patrocinadora oficial. “Estamos fazendo um trabalho conjunto com o Comité Olímpico Internacional (COI) para mostrar-lhes que o 4K pode ser a opção, a melhor alternativa para ser utilizado nos Jogos como sistema de captação em paralelo ao sistema de captação Full HD. Para isso estamos desenvolvendo câmeras em 4K, projetores, monitores, ou seja, soluções completas que podem compor o ambiente de produção televisivo”.
Constantino afirma que nos próximos Jogos o sistema Full HD e 4K funcionarão em “paralelo. O que o Comité Olímpico quer é criar impacto no público e o neste curto espaço de tempo até 2016, isso poderá ser feito com equipamentos 4K”.
Constantino afirma que o trabalho para os Jogos Olímpicos está sendo feito. “Pensamos que durante os Jogos Rio 2016 será possível ter um canal de transmissão em 4K via espectro, pelo menos de forma experimental”.