SET Nordeste 2015: TV Digital e Internet via satélite

O segundo workshop do primeiro dia do SET Nordeste 2015 foi proferido por José Raimundo Cristóvam Nascimento, vice-diretor de ensino da SET e diretor Técnico da Unisat. A palestra “TV Digital e Internet via satélite HTS em Banda Ka” mudou o rumo do seminário, passando dos fluxos de produção das emissoras para a contribuição de sinais satelitais.

O workshop começou explicando como seria o mundo sem satélites. Para Cristóvam, não há tecnologias melhores ou piores. “O que há são alternativas diferentes para cada problema, e uma delas é a tecnologia satelital”. Assim, se perguntou “como seriam os Jogos Olímpicos Rio 2016 sem satélites e o que isso poderia custar aos organizadores do evento se houvesse uma perda de sinal de mais de 30 segundos?”

No início, o diretor Técnico da Unisat realizou uma introdução ao conceito de comunicações via satélite e trabalhou os principais conceitos técnicos envolvidos em um enlace de comunicações desse tipo.

Ele explicou que o BSS (Broadcast Satellite Service) “é o serviço projetado para fornecer entretenimento de vídeo e áudio diretamente aos usuários finais. O BSS é frequentemente chamado de DBS (Direct Broadcast Satellite ou Direct Broadcast Service)”.

Imediatamente explicou o que é uma órbita satelital e como ela influi na “inclinação da órbita”. Falou sobre quais são as diferenças entre elas, e porque a órbita geo-estacionária é a mais simples de ser utilizada pelas emissoras. Ainda explicou como se realiza um enlace Satélite Uni-direcional (canal) e qual o custo mensal do segmento espacial.

O animado workshop ministrado por Cristóvam avançou para uma descrição de segmentos espaciais e transponders; sobre as diferenças do segmento terrestre e as estações terrenas. Para isso avançou sobre diagramas básicos de Up-links de TV Digital via satélite, para o qual é preciso pensar em BB TX. E ainda em como foi formada a BB TX e de onde esta provém. Neste  ponto, ainda é preciso saber qual é o destino e se ela terá múltiplos canais, sejam SPTS ou MPTS ou MCPC.
SET Nordeste 2015Cristóvam explicou, por meio de um diagrama, o funcionamento de uma estação terrena Lado RX, e nele “quais os níveis de portadora (C), e de ruido (N) recebidos por esta antena, e como ela funciona.

Outros dos temas foram as faixas de frequências, nas Bandas C, banda C estendida, banda C Planejada, Ku, Ku Planejada e Banda Ka. De todas, Cristóvam trabalhou a Banda C planejada, pensada como uma banda “menos suscetível a interferência terrestre devido à maior distância da faixa de operação em 3,5 GHz”. E ainda trabalhou a Banda Ku planejada “também, com menores níveis de interferência”.

Na parte de contribuição de TV Digital Via Satélite (Eventos Externos com SNGs, DriveAways e FlyAways), o executivo da Unisat afirmou que esses tipos de dispositivos têm os seus prós e contras. “Cada caso é um caso. As tecnologias servem como meios de transporte, a questão é que tipo de tecnologia utilizamos, dependendo do objetivo”.

Ele disse que o Brasil é um dos poucos países que ainda utilizam transmissão analógica via satélite e, em conjunto, usa transponders de satélite geo-estacionários en banda C e banda Ku. “Normalmente se utiliza banda C para enlaces de distribuição e de contribuição, e banda Ku para enlaces de contribuição e DTH porque ainda existe um certo mito em relação à banda Ku”.

Cristóvam afirmou que hoje há muitos problemas a serem resolvidos no processo de interiorização da TV Digital. “Precisamos pensar nos tipos de enlaces utilizamos, como faremos a distribuição de conteúdos, como faremos a contribuição e que tipo de DTH utilizaremos”. Nesse ponto, colocou uma série de questões fundamentais, segundo ele, na hora de avançar para a digitalização da emissora. Entre as questões: “Qual o padrão de transmissão? DVD-S, DVB-S2, extensões do DVB-S2?

Ele ainda explicou quais os equipamentos utilizados para eventos externos falou das principais inovações tecnológicas utilizadas pelas grandes emissoras, avançando para sistemas de  SNG; Fly-away. “Saber comprar é uma arte, não todas as soluções deste tipo são viáveis, porque tem fly-away que são impossíveis de montar e desmontar”.

Finalizando o extenso workshop, Cristóvam falou sobre a distribuição de TV Digital via Satélite (com ênfase na Interiorização da TV Digital). Ele explicou os diferentes padrões de transmissão multimídia via satélite com enfase para o “enlace com vídeo SDTV, compressão MPEG.2 com padrão aberto de transmissão DVB-S”, e mais tarde, “vídeo SDTV, compressão MPEG.4 com padrão aberto de transmissão DVB-S”, assim avançando até enlaces com HDTV, MPEG.4 e DVB-S2, que deve ser o caminho para a interiorização da TV Digital que gera um menor custo. “Esta é a saída para transmissões HD, ou seja, quanto gasto e quanto irei gastar com o segmento de transmissão terrestre”.

Veja a programação do SET Nordeste 2015 

SET Nordeste 2015

Parceria Institucional: ESTÁCIO DO CEARÁ – ACERT – ASSERPE
Carga Horária: 18 horas – 09:00 às 18:00

Por Fernando Moura, em Fortaleza (CE)

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