Produzir de forma remota e por IP

Em entrevista à Revista da SET, Greg Huttie, VP de Switchers de Produção da Grass Valley, disse que os switchers são o coração da produção remota

O executivo afirmou que antes da COVID-19, a produção remota já estava ganhando terreno, com clientes – como a Star Sports na Índia e a SVT na Suécia – que estavam “transformando com sucesso suas produções de esportes ao vivo em modelos mais centralizados. A pandemia acelerou esta tendência, e à medida que os clientes navegam através de medidas de distanciamento social e priorizam a segurança da equipe, os modelos remotos se consolidam. Com o esporte ao vivo voltando gradualmente para nossas telas de TV, essa abordagem permite aos clientes continuar contando as grandes histórias que os torcedores esperam”

Para Huttie não existe uma abordagem única para a produção remota. Os fluxos de trabalho remotos são flexíveis o suficiente para lidar com uma ampla gama de necessidades, de modo que os clientes podem escolher a abordagem certa para eles. “Qualquer que seja a abordagem adotada – seja SDI ou IP, em um caminhão de produção externa (OB), ou em um local remoto – o switcher é o centro da produção, é a chave para a construção do conteúdo, desde a produção de replays até o carregamento de gráficos. A única diferença em um cenário remoto é que o equipamento está localizado longe do local do evento ao vivo. E, às vezes, até mesmo separado de outras partes do fluxo de trabalho, como o replay”. Assim, para o executivo da Grass Valley, o modelo centralizado passa por uma instalação centralizada fixa, com câmeras que são a única parte significativa do equipamento no local ao vivo, e todos os sinais das câmeras são enviados para o hub principal. “Aqui, o switcher está operando normalmente, não há diferença em ter esse equipamento em uma OB no local, em um caminhão localizado em outro lugar ou em um estúdio. A atual temporada da Nascar é um ótimo exemplo disso. Há duas grandes redes de esportes lidando com a cobertura das corridas e fazendo sua produção de maneiras muito diferentes. Uma delas posiciona um caminhão no local da corrida com equipe limitada, a outra conta apenas com operadores de câmera e uma pequena equipe técnica no local ao vivo. O bom é que para os diretores técnicos (TDs), não há diferença perceptível na forma como o equipamento é implementado ou no fluxo do sinal. Em ambos os casos, os operadores constroem seus programas e os colocam no ar, da mesma forma que fariam em uma configuração de caminhão normal. Essa é a beleza da arquitetura flexível do nosso switcher, você pode configurar o equipamento da maneira que quiser”.

Tudo, explica o executivo por com as restrições pela COVID-19 limitando o número de funcionários permitidos em locais de eventos, “estamos vendo alguns de nossos clientes optando por modelos de produção mais distribuídos, onde muitas funções críticas de produção estão acontecendo em vários locais separados. A equipe de produção pode trabalhar em casa ou em locais onde possam limitar as viagens ao mínimo, tornando mais fácil mantê-los seguros. Em uma configuração distribuída, o motor do switcher de produção e o painel de controle estão em locais diferentes. Você precisa de alguma tecnologia adicional – como uma rede VPN ou similar – para garantir uma comunicação perfeita entre os dois. O tempo de ida e volta para os sinais viajarem, de e para o switcher, é o que determina o sucesso de uma produção, porque você precisa de comunicação ininterrupta entre as superfícies de controle e os chassis”.

Mantendo a flexibilidade

Huttie afirma que na produção seja local ou remota, “o switcher, como a câmera, tradicionalmente vivem no espaço criativo da produção ao vivo, portanto, a flexibilidade de ter essas ferramentas localizadas em qualquer lugar, trabalhar em um ambiente IP nativo ou lidar com 4K UHD ou HDR, é uma grande vantagem. É exatamente assim que projetamos nossos switchers para funcionar e é uma das razões pelas quais eles são o padrão ouro para a produção de esportes ao vivo. Nosso recorde de vendas de switchers, em 2019, o confirma. Todos os nossos switchers se conectam facilmente a um chassi ou painel remoto, para que os clientes possam posicionar uma ou mais superfícies de controle exatamente onde são necessárias. Um único painel também pode controlar dois chassis – um local e outro remoto – o que é ótimo para produções operando com uma equipe limitada”.

O executivo explicou que “a família de painéis de switcher – do Maverik ao Kayenne – são altamente modulares. Os clientes podem colocá-los em qualquer lugar e configurar seus equipamentos exatamente como eles querem. Seja uma produção remota ou no local, um diretor técnico (TD) ou operador precisa ter um impacto mínimo em seu trabalho enquanto estão realizando um programa. Construímos nossas soluções para garantir que o fluxo de trabalho permaneça consistente, independentemente de onde a equipe estiver”.

Dando o salto do IP para a nuvem

A transição para IP teve um grande impacto na adoção da produção remota, afirmou o executivo. “A capacidade de trazer fontes e mover sinais unicamente em uma rede IP, com atrasos mínimos, é fundamental em qualquer configuração ao vivo. A Grass Valley lidera a transição para IP, incluindo tecnologia de switcher, e nossos switchers de produção Kula e Kahuna – ambos comprovados em cenários de produção remota – têm interfaces de 40 e 50 GbE para maior flexibilidade e desempenho. O IP ajuda as equipes de produção a entregar os enormes volumes de conteúdo que os consumidores agora exigem, e a fazê-lo de forma mais eficiente. O IP também lida com todos os formatos, desde HD a 4K UHD e HDR, e abre o caminho para formatos maiores, como 8K”.

Outro destaque de Huttie foi a “plataforma de software como serviço (SaaS) GV AMPP (Agile Media Processing Platform) é uma verdadeira revolução. Ela foi construída com uma abordagem cloud-native desde o início, liberando o poder da computação elástica para esportes ao vivo. Os clientes agora podem fazer a transição para infraestruturas públicas, de data center ou híbridas, com mais facilidade. Também resolvemos muitos dos problemas que podem complicar as implementações de IP e nuvem, tais como conectividade de rede, sincronização e latência ultrabaixa”.