Brasil quer entrar na discussão de padrões audiovisuais enquanto desenvolvimento de codecs busca convergência

Quanto maior a definição de áudio e vídeo, maior o esforço para desenvolver codecs para transformar dados em alta qualidade audiovisual para o usuário final, com uma baixa taxa de bits. Produtos em 4K, realidade aumentada e realidade virtual devem, progressivamente, exigir mais da banda larga, sem comprometer a infraestrutura. O Congresso SET EXPO 2018 reuniu especialistas do mundo todo para discutir avanços e desafios nesse segmento, em painel moderado pela profa. Carla Pagliari, pesquisadora do IME – Instituto Militar de Engenharia.

Alfonso Carrera, consultor da Fraunhofer IIS para Desenvolvimento de Negócios apresentou tecnologias de codificação de aúdio XHE-AAC e MPEG-H, especialmente para plataformas OTT. Carrera explicou que o XHE-AAC é o membro mais novo da família AAC. “Esse formato é ótimo para música e discursos, ou conteúdo misto para mobile”, exemplificou o engenheiro. Outra alternativa é utilizá-lo para áudio de streaming em localidades nos quais a banda larga é menos potente. Também pode ser aplicado para melhorar a qualidade do vídeo, em detrimento do som”.

Will Law, arquiteto-chefe de Mídia da Akamai Technologies diz que “um dos grandes problemas é como fazer os aparelhos tocarem seu conteúdo, quando o codec é novo”. Para OTTs, um dos avanços é uma longa padronização que começa a tomar forma.  “Temos ótimos codecs, mas como combiná-los com os aparelhos? Há duas alternativas mais usuais, nenhuma delas ainda é muito boa. Ou os players são programados para aceitar somente um codec, ou funcionam com esquemas baseados no usuário, no qual o servidor tem de olhar qual codec aplicar. Estamos apostando agora em um novo modelo, no qual você permite ao player perguntar diretamente ao hardware o que ele consegue tocar. E dependendo da resposta, ele analisa qual o melhor codec para o aparelho”.

Outro ponto na discussão de padrões foi abordado pela Dra. Vanessa Testoni, pesquisadora do Samsung Institute Brazil. Ela comemora a aprovação, pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, de um grupo que deve ingressar no subcomitê SC29, da ISO. Esse conjunto discute os padrões de codificação audiovisual para a indústria, com grupos cujas siglas são conhecidas do grande público: MPEG, JPEG, entre outros.