SET Norte 2018: A nova era do Rádio

Reinventando a experiência de ouvir: não só por espectro, mas também por streaming com consumo on-demand e rádio híbrida

Marco Túlio Nascimento, vice-diretor de Rádio da SET e diretor da ZYDigital realizou uma apresentação na qual explorou os caminhos para o futuro do rádio, discutindo as transformações num ambiente competitivo.

O executivo se preguntou e interpelou aos presentes no auditório do Stúdio 5, em Manaus (AM), como aproveitar as oportunidades da internet sem perder a sua própria identidade, as características únicas do rádio que são suas principais vantagens competitivas?

Nascimento disse que o “rádio é a mídia que não tem tela”. Hoje ela funciona e chega ao ouvintes por diferentes tipos de empacotamentos e por espectro. Ainda assim, a audiência do rádio continua sendo importante, mas agora com cada vez maior consumo por meio de smartphone.

No Brasil a base de smartphone Android é 85%, o que permite que as pessoas possam receber áudio via rádio no celular, o que “nos favorece”. No carro “o rádio continua sendo o campeão de consumo, mas cada vez mais temos a junção no carro com os celulares com recepção por streaming. Em casa, a mudança é maior, com as caixas dotadas de Inteligência artificial dando margem para novos consumos de rádio”. O executivo falou ainda de lançamentos da Google e do Facebook “com novas formas de consumo que chegam onde antes chegava apenas o rádio”.

Assim, Nascimento disse que a interação por voz se esta transformando “em uma forma de intercomunicação” que está substituindo muitas vezes o rádio em diferentes funcionalidades.  Por exemplo, mostrou um relógio que tem a possibilidade de os usuários ouvirem “rádio, não só como aplicativo, mas também como receptores de streaming”.

O executivo disse que as oportunidades passam por plataformas de voz com “apps customizados” que permitam o controle da estratégia por parte do produtor de conteúdo; realizar publicidade interativa que “provoque a interação”, e gerar a participação do ouvinte, por “exemplo, utilizar o Alexa (Inteligência Artificial da Amazon)  para que ela realize a interação com o produto”.

Nascimento disse que a audiência em Podcasts “é uma forma de ganhar ouvintes e ter um faturamento com retorno comprovado para os anunciantes”, com modelos de “monetização variados que incluem publicidade, assinatura e crowdfunding”.

Finalmente, o executivo disse que o ouvinte de podcasts consume de forma on-demand e não linear, exemplo parecido ao do audiovisual. “Ele consome podcasts e não rádio tradicional”, afirmou.

Rádio Híbrido

No keynote destaque para o rádio Híbrido que “é uma transmissão de rádio tradicional por uma emissora de FM e um computador para enviar conteúdos adicionais via streaming de áudio e transferência de dados, onde se mistura o som do ar com dados que agregam conteúdos”. O executivo mostrou dois exemplos, um de rádio para smartphone e outro para carros no mercado norte-americano.

Resumindo, disse Nascimento, os smartphones, na sua maioria, 85%, estão ativados para receber FM, e por isso precisamos fazer com que os ouvintes liguem o rádio no celular. Por outro lado, a primeira smart speakers com português-BR será lançado em 2018. Finalmente, disse que cerca de 80% do conteúdo gerado ao vivo é descartado, e por isso precisamos aproveitar melhor os podcasts para “reconstruir este tipo de conteúdo e aproveitá-lo”.

 

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Captação de som e imagem pela Rede Amazônica.

Por Tainara Rebelo em  Manaus (AM), e Fernando Moura em São Paulo (SP)