SET NORTE: Keynote analisa o que esperar da TV 3.0
O SET Norte, que se realizou em Manaus, capital amazonense, encerrou com um keynote muito revelador sobre a TV 3.0 ministrada por Leonardo Chaves, Gerente do Lab de Inovação, Telecom da Globo.
No fim da tarde de Manaus, o público participou de um interessante keynote que analisou a “TV 3.0: o que esperar da TV para todos e para cada um”, no qual o Gerente do Lab de Inovação | Telecom da Globo, Leonardo Chaves, explicou aos presentes como será a TV do futuro.
Chaves começou dizendo que “A TV 3.0 é um modelo que vai permitir manter a pujança da TV no Brasil”. Ele disse que a transformação da TV se faz necessária, entre outras coisas pelo contexto econômico, no qual o mercado publicitário tradicional vem sendo desafiado pela economia digital, e que “o modelo de TV por assinatura entra numa rota de redução de base drástica pela disrupção provocada pelos streamings, e há uma ampliação da concorrência de forma acelerada tanto com novas plataformas de streamings quanto pelos serviços FAST”.
Tudo isso, com um mercado publicitário que, como a TV, acompanha as mudanças no consumo de modo que “o gasto em publicidade mundial cresceu em formatos digitais”. Por exemplo, no mercado norte-americano, passamos de, em 2014, não haver streaming a hoje contar com 53 milhões de usuários, sendo que a TV paga passou de 102 milhões para 54 milhões. “No Brasil é diferente e, apesar dos avanços da digitalização, a TV aberta segue muito relevante”, com mais de 73% do consumo.
Chaves destacou ainda que a “internet pela TV mais que dobrou nos último 5 anos no Brasil, e hoje representa quase 55%”.O executivo da Globo disse que a evolução da TV passa pela “combinação de atributos complementares”, que passam pela larga escala, curadoria, confiabilidades e alcance regionalizado da TV aberta, e que se junte ao alcance segmentado e personalizado, com data driven e novas métricas”. Com isso, Chaves, afirmou que é preciso que na TV 3.0 se combinem estratégias que envolvam novos territórios com modelos de negócios, “porque se a TV aberta não se renovar vai perder o share, no qual o modelo seja de relacionamento digital”.
Resumindo as principais características da TV 3.0, o executivo disse que haverá melhor qualidade de áudio e vídeo (UHD/HDR & áudio imersivo), Addressability, Hiper-segmentação geográfica, Acessibilidade avançada, Personalização em escala, Datacasting, Measurement (Census level), e Interatividade. Ele ressaltou a Dynamic Ad Insertion (DAI), que permite ter “uma experiência da TV linear com a segmentação do digital na qual se realize entrega por perfil com diferentes anunciantes e diferentes campanhas”, porque será “conteúdo de massa, mas com experiência personalizada”, devido ao conhecimento do consumidor.
Para Chaves, o futuro passa por avançar nos estudos de canalização e elaboração de modelos de transição, encarando desafios de financiamento, uma revisão do processo de certificação das implementações, e jornada de implementação do stack tecnológico .No final, ele usou os Jogos Olímpicos Paris 2023 como caso de estudo sobre a transmissão e como aproveitar este novo conceito de TV híbrida.
O SET Norte se realizou no Quality Hotel Manaus, na capital amazonense e tem como objetivo As últimas novidades do mercado de produção e distribuição de conteúdo em seminários conduzidos por profissionais renomados do setor. Os debates abordarão tendências tecnológicas e modelos de negócios das áreas de broadcast, mídia e entretenimento. O evento teve patrocínio Ouro da Canon, Embratel, Sony e SpeedCast; Patrocínio prata da Convergint Seal; e Bronze da SES. Ainda contou com apoio da TV Coins e SM Facilities.
Por Fernando Moura e Tito Liberato
