SET Nordeste analisa transformação da tecnologia no mercado de distribuição de sinais

A distribuição de conteúdo é fundamental no mercado audiovisual, por isso, o SET Nordeste, que se realiza em Recife, analisou no painel “A transformação da tecnologia no mercado de distribuição de sinais” como o mercado evoluiu nesse quesito nos últimos tempos.

O segundo painel do SET Nordeste foi moderado por Erich Bittencourt Simões Ribeiro, Gestor de Tecnologia do Sistema Opinião, e teve a participação de Rubens Vituli, Diretor Comercial da divisão de Media da SES no Brasil;  Liziane Sousa, Executiva de Vendas da Embratel; e Eduardo Padilha, Gerente Comercial da Speedcast se explanaram sobre novas formas de distribuição e como o mercado se transformou nos últimos anos.

Eduardo Padilha da Speedcast focou a sua palestra na Banda Ku e na sua implantação no Brasil. Ele explicou que a empresa distribui os sinais da TV Record, do SBT, a Rede TV e a TV Aparecida, entre outros, e que desde o teleporto, localizado na região metropolitana de São Paulo, na cidade de Santana de Parnaíba, “essa instalação e Centro de Operações (Network Operation Center – NOC) apresenta uma grande infraestrutura de interconexão, com o que há de mais moderno em equipamentos, concentrando os maiores Data Centers do Brasil”, e destacou a parceria com a Eutelsat (2016) que “escolheu a Speedcast para um projeto bem maior. Atualmente somos o Centro de Controle e Telemetria do satélite lançado em uma posição orbital Brasileira e também somos o Centro de Monitoramento de Serviços oferecidos por eles em mais de 10 satélites”.

Segundo Padilha, a banda Ku é fundamental para continuar com a TV aberta, livre e gratuita. “Hoje, junto da Embratel somos as duas empresas que sobem os canais aos transponderes, e somos o único teleporto externo autorizado pela Claro/StarOnea acessar o satélite D2 na posição 70°  Banda KU para oferecer o espelhamentos dos atuais canais disponíveis na Parabólica banda C”. Ele disse, ainda, que “é possível usar a Banda Ku para retransmitir sinais ISDB-T”.

O executivo disse ainda que “houve um aumento de 15% de sinais na região nordeste e que, a cada dia, mais de 1000 receptores são ativados em Pernambuco, e que até agosto passado eram 230 mil os receptores instalados no Estado”. Ele disse que até o final de 2023 haverá mais de 5 milhões de receptores no país. “Instalamos no topo do prédio uma antena de TV em Banda Ku habilitado para receber os sinais de Pernambuco”, e projetou o sinal para a plateia, mostrando a qualidade do serviço, complementando que “há mais de 60 canais disponíveis neste momento na região”.

Em sua parte, Rubens Vituli da SES no Brasil, na palestra “Satélites: do convencional às novas tecnologias e aplicações”, avançou para outras formas de distribuição e disse que em um mercado “dinâmico, o transporte IP é uma solução crescente e madura”. No futuro teremos uma distribuição híbrida que associe o legado às novas tecnologias”.

Ele disse que para operações híbridas na “cobertura vídeo, a SES continua a liderar a indústria pelo número de residências cobertas (com mais de 369 milhões de residências), e 1 bilhão de pessoas”, com “o IP aumentado, já que os provedores de internet estão cada vez mais entregando sinais de TV nos seus pacotes”. Vitulli explicou, ainda, que “além de prover capacidade, a SES oferece um conjunto de capacidades para entregar vídeo de alta qualidade em qualquer lugar, a qualquer tempo, e em qualquer tela”, e destacou as parcerias com a CNN Brasil, Zoomoo ou Dish México.

Em relação à CNN Brasil, disse que “além de prover banda, o que a SES faz é agregar valor ao serviço. Ela produz o conteúdo no Brasil e o sinal chega até o teleporto da SES em Hawley (PA),Estados Unidos, e tem um sistema de redundância SRT”. Finalmente, ressaltou o teleporto da SES em Hortolândia, interior de São Paulo, de onde monitora o satélite SES-14 e ainda realiza conexões com o SES-10 na posição 67W para contribuição. Com ele “temos uma plataforma que vende megabits recebendo sinais/canais por diferentes caminhos, por exemplo, por SRT onde subimos, entre outros, a TV Cultura”.

Finalmente, Liziane Sousa, da Embratel, falou de soluções em IP, e disse “que a Embratel é uma integradora”. A executiva explicou como funciona a ferramenta SD-WAN, uma solução de software embarcado em CPEs genéricos baseados em arquitetura x86 que utilizam como WAN dois ou mais acessos IP (banda larga ou dedicado) e conseguem, de forma eficiente, direcionar as aplicações do cliente pela WAN mais adequada, fornecendo qualidade e desempenho semelhantes ao MPLS”.

Liziane disse que SD-WAN é uma solução de redes corporativas híbridas com base em internet que oferece qualidade e desempenho.  Segundo ela, as vantagens desta tecnologia para serviços OTT (Over The Top) é a de ser agnóstica a acessos IP, podendo ser ativado em banda larga e 4G, tornando a solução muito competitiva no aspecto financeiro. E que, por ser ativamente cloud-based, torna-o mais adequado para aplicações disponíveis na Nuvem (Públicas e Privadas).

Assim, a solução permite “Visibilidade Fim-a-Fim dos links IP WAN, mostrando o desempenho, Qualidade da Experiência (QoE) e uso pelas Aplicações”, monitorando e fazendo Troubleshooting de Problemas Rapidamente. Finalmente, o equipamento otimiza o desempenho das aplicações realizando encaminhamento e redirecionamento de tráfego de aplicações sub-segundo de forma a protegê-las de interrupções ou degradações dos links; e a remediação de Links (FEC, jitter buffer).

Ela finalizou falando que a solução vai dar agilidade, maior controle, é cloud Friendly, e desempenho de Apps que direciona tráfego baseado em políticas por aplicação, uso inteligente de links com monitoração dinâmica de desempenho e falha na alocação de banda por aplicação

Ao longo do dia, haverá debates sobre o uso de IA na Produção de Conteúdo; Novas tecnologias e audiência. O Rádio é a mídia do futuro?; Infraestrutura para trafego de sinais: 5G e protocolo NDI; Streaming e monetização; e finaliza com um Keynote TV 3.0, de Roberto Franco (SBT/SET).

Por Fernando Moura e Tito Liberato