SET Nordeste 2018: Brasil deve produzir conteúdo para se igualar aos OTTs internacionais

Globoplay se posiciona como concorrente direto da Netflix no Brasil, afirma executivo da Globo em Fortaleza

O consumo não linear de conteúdos audiovisuais vem aumentando com o passar do tempo. As emissoras estão cada vez mais atentas a esse movimento e precisam rever suas estratégias. Moderado por Olímpio José Franco, Superintendente da SET, o terceiro painel do dia do SET Nordeste 2018 tratou dos desafios do OTT no mercado nacional.

Marcelo Guerra, gerente de Tecnologia em Mídias Digitais na Globo trouxe a Fortaleza dados sobre o mercado brasileiro de OTT, crescimento, principais players, para onde estamos caminhando e os desafios que enfrentamos.

Com uma visão um pouco GloboPlay, um pouco Netflix e um pouco de mercado, ele contou que hoje 36% das pessoas passam o tempo na internet consumindo vídeos, sendo o smartphone o principal meio (60%). “Tudo indica que o crescimento do OTT continuará consistente nos próximos anos. Falando sobre Netflix, ele se iguala à NET (TV por assinatura) em quantidade de consumidores, mas perde em investimentos. Precisa-se pensar em novas maneiras de monetização, tal qual merchand.

Olímpio José Franco, Superintendente da SET,

Dentre os principais desafios que o OTT enfrenta, Guerra cita a saída de grandes produtoras de conteúdo da plataforma Netflix, “pois perceberam que poderiam criar o próprio OTT”, disse. O executivo da Globo contou que no Brasil, o GloboPlay passa por uma mudança gigante para se tornar o competidor brasileiro do Netflix. “Claro que ainda não temos muito catálogo, mas nos próximos meses vamos entrar com uma concorrência agressiva ao Netflix, e muito mais barato”, anunciou.

Hoje os grandes desafios do OTT são aumentar o número de assinaturas pagas. No Brasil, a média é de 1,3 assinaturas por casa, frente a 3 nos Estados Unidos; outro desafio é a criação de conteúdo exclusivo, e infraestrutura de conexão para transmissão, finalizou.

A palestra de Jose Raimundo Cristovam Nascimento, diretor Técnico da UNISAT Consultoria, Engenharia e Treinamento e Vice-Diretor da regional Sudeste da SET, falou sobre uma visão geral do fenômeno OTT, do 5G e impactos para broadcasting e telecomunicações.

Marcelo Guerra (Globo)

“Em pleno alvorecer de 2019, alguns broadcasters não compreenderam que é essencial entender os complexos ecossistemas atrelados a diferentes maneiras de se consumir conteúdos audiovisuais e a publicidade associada, principal fonte das suas receitas, em nível de profundidade para orientar de forma adequada os seus novos planos de negócios”, provocou.

E acrescentou que, se as produtoras de conteúdo demorarem a perceber que se não criarem algo atrativo, não adianta ter a melhor tecnologia do mundo. Por fim, Cristovam lembrou que, com a expansão e melhoras dos serviços de acesso à Internet, os avanços do OTT serão contínuos, e com o 5G isso será mais expressivo ainda. “Entretanto, precisamos de pessoas com habilidade criativa para unificar e desenvolver essas soluções”, afirmou.

Por Tainara Rebelo e Aurelio Alves (Fotos) em Fortaleza (CE), e Fernando Moura, em São Paulo (SP)

O SET Nordeste 2018 acontece os dias 17 e 18 de outubro, das  14h às 20h no Sebrae Fortaleza (CE).

Parceria: 

Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT)

Associação Cearense das Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT)

Sebrae

Realização: Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET)