PayTV Fórum debateu futuro da TVRO

Evento analisa, em São Paulo, o estado atual do mercado de TV por Assinatura no país, debate os efeitos do streaming e a concorrência das plataformas de streaming no negócio durante a pandemia Debate a participação das telcos e operadoras na migração das parabólicas produzida pela entrada do 5G no país, e Sky analisa as possibilidades que se abrem para a empresa por ter sido escolhidapor algumas emissoras para migrar da banda C para a banda Ku.

PayTV Forum 2022 / Foto: Fernando Moura

Nos dias 3 e 4 de agosto de 2022, o World Trade Cente recebeu o PayTV Fórum 2022, que debateu “O presente e o futuro da TV paga”.  Foi o retorno aos eventos presenciais do setor e teve um público interessante. Nele, operadoras, programadoras e canais de TV por assinatura debateram como, nos últimos anos, passaram por profundas mudanças nos seus modelos de negócio. Analisaram as transformações na distribuição OTT, como algumas se transformaram em operadoras virtuais, como lidam com conteúdos on-demand e por streaming, e como estas opções complementam as ofertas tradicionais. Entre os temas, destaque para a migração das parabólicas, que com o leilão do 5G e o começou da implantação em julho deste ano, acelerou a migração.

Raphael Denadai, presidente da Sky, no PayTV Forum 2022 / Foto: Fernando Moura

Vale lembrar que em março deste ano, o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi), sob a condução de seu presidente, conselheiro Moisés Moreira (Conselheiro da Anatel), aprovou a indicação da posição orbital de 70° Oeste, para a qual deverão ser migrados os canais, e a lista de canais de TV aberta por satélite (TVRO) indicados para migração dos sinais da Banda C para a Banda Ku, isto é o Embratel Star One, entretanto, algumas emissoras escolheriam a posição orbital 43° Oeste, ocupada pelo satélite SKY-B1 da GLA Brasil Ltda.

O Presidente da Sky, Raphael Denadai, disse que o serviço de DTH (Direct-to-Home) está em 99,99% do Brasil “sendo que em muitos municípios somos o único serviço. Não acreditamos que o DTH desapareça nos próximos 10 anos. Nosso satélite tem pelo menos 15 anos de vida útil e, por isso, seguimos apostando na base de 4.1 milhões de assinantes”.

Denadai disse que, após a decisão do Gaispi, a empresa conversou com as emissoras interessada e tem uma carta de intenção para estas migrarem o sinal para o satélite da Sky.  “É uma honra ter o protagonismo na transformação do país. Conversamos com os radiodifusores, temos uma carta de intenções prometendo as melhores condições”.

Moisés Moreira, presidente do Gaispi e conselheiro da Anatel no PayTV Fórum / Foto: Fernando Moura

Ele afirmou ainda, que a Sky “espera começar a distribuir o conteúdo gratuito e chegar a cada vez mais famílias no Brasil, mas, também acreditamos que existe um potencial de ganho interessante para a população, para as famílias porque poderão adquirir pacotes mais completos, utilizando as caixas que já terão adquirido. Essa é a nossa aposta, e para isso, obviamente, precisamos contar com a parceria das programadoras para ter ofertas especiais, ou diferenciadas para esse tipo de público. Não temos dúvidas que vamos conseguir democratizar ainda mais os conteúdos relevantes de educação, entretenimento, diversão, e também, fortalecer a marca junto dos nossos parceiros”.

Demanda de Kits de migração é baixa

Moisés Moreira, presidente do Gaispi e conselheiro da Anatel, disse no PayTV Fórum que, nas capitais onde o 5G já foi habilitado (até 4/8), a demanda por kits de TV para a migração de Banda C para Ku, tinha sido muito baixa. As famílias que fazem parte do Cadastro Único não têm solicitado o aparelho, disse o executivo “Foi até surpreendente. Com a chegada do 5G em São Paulo saberemos se há interferência e se haverá pedidos”.

Para Moreira a migração para banda Ku, traz o benefício de limpar o espectro, vai permitir que o usuário possa ter um áudio e vídeo digital, além de “beneficiar-se com a regionalização. Com respeito ao alcance, esse número é impreciso. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2019 mostrou que eram 19 milhões de residências com parabólica, e nas capitais o número de solicitações é muito pequeno. Pelo menos em São Paulo, apenas 33 famílias pediram o Kit ao Siga Antenado”, mas acredita que terá uma real percepção quando se avance ao interior do país.

Por Fernando Moura, em São Paulo