Futuro do rádio e da TV são temas do II Fórum Nacional de Radiodifusão

Fonte: MCTIC – Sala de Imprensa

O futuro do rádio e da TV no Brasil foram temas no II Fórum Nacional de Radiodifusão MCTIC, que reuniu radiodifusores de todo o Brasil na última quinta-feira (5) em Brasília. No painel “Rádio Digital: desafios para o novo modelo de negócio”, a presidente do consórcio Digital Radio Mondiale (DRM), Ruxandra Obreja, explicou algumas vantagens da nova tecnologia, como melhor qualidade de áudio, ausência de interferência, transmissão de até três canais simultâneos, coexistência com o sistema analógico e mais possibilidades de negócios para os radiodifusores.

“Nós acreditamos que, para sobreviver, o rádio precisa mudar para o digital. No Brasil, há a migração do AM para o FM, uma mudança de uma tecnologia com 100 anos para uma de 90 anos. Nós precisamos de tecnologia feita para 2020. O rádio tem uma grande competição de outras mídias, mas é o sistema dominante em carros e, para muitas comunidades, é a única forma de obter informações”, disse. O DRM como padrão de rádio digital está presente na China e na Índia.

Segundo o secretário de Radiodifusão do MCTIC, Elifas Gurgel, será adotado no Brasil um modelo de rádio digital que beneficie o radiodifusor. “Essas informações são para que os radiodifusores brasileiros sejam sensibilizados para o que pode incrementar sua receita com a digitalização, como a qualidade sonora e a economia de energia elétrica. Isso é para que vocês reflitam. Vamos construir juntos o avanço da nossa radiodifusão”, disse.

No painel “Novos negócios na Televisão Digital. Ginga D”, representantes do Fórum Brasileiro do Sistema de TV Digital (Fórum SBTVD), Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) debateram as tecnologias da televisão para os próximos anos, que prometem resoluções mais altas, maior integração à internet e possibilidades de personalização do conteúdo.

O coordenador do módulo de mercado do SBTVD, David Britto, apresentou os avanços nos padrões para a TV digital aberta no Brasil. Em 2019, o Fórum aprovou as normas técnicas que possibilitarão a implantação do Ginga D, ou DTV Play, nos aparelhos televisores, o que permitirá a integração entre os canais de TV aberta e aplicativos das Smart TVs.

“Uma vez que você passa a ter um aplicativo vinculado à emissora, onde o consumidor está logado, identificado, você pode recomendar conteúdos. Uma oportunidade que é bem disruptiva é a capacidade de entregar propaganda direcionada. Ao invés de trabalhar somente com o modelo de uma transmissão de uma propaganda para toda uma audiência, a emissora pode segmentar de acordo com o perfil do seu telespectador”, explicou.

Carlos Fini, da SET, expôs a evolução da tecnologia, desde a TV analógica em preto e branco (1.0) até a geração atual, conhecida como 2.5, que agrega serviços da banda larga e gera novas oportunidades. “Todo esse serviço que vem desde a década de 50 até agora usa o mesmo espaço no espectro, mesmo considerando o crescimento populacional. Agora, com a TV 2,5 nós vamos agregar serviços que são compatíveis com o serviço de empresas que exploram a banda larga. É a combinação da robustez e oferta do broadcasting com a facilidade dos serviços da banda larga”, afirmou.

Já Ana Eliza Faria e Silva, representante da Abert, falou sobre a TV 3.0, a próxima geração da televisão, que promete expandir os padrões de qualidade, personalização e integração entre diferentes aparelhos e trazer novos desafios para os modelos de negócio. Mesmo com as mudanças, a ideia é preservar valores da TV aberta brasileira.

“A gente já sabe o que quer, tem a visão consolidada de como é a TV do futuro e queremos expandir os atributos atuais da TV aberta, que são gratuidade, qualidade, alcance, confiabilidade, segurança para as marcas. A gente precisa que essa discussão abranja os aspectos de desenvolvimento da tecnologia e os modelos de implantação, que permitam ao mercado se adaptar a esse novo cenário”, pontuou.