SEMINÁRIO SET CENTRO-OESTE EM GOIÂNIA

INFORME SET
SEMINÁRIO SET CENTRO-OESTE EM GOIÂNIA
AVANÇOS TECNOLÓGICOS, CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS, TV E RÁDIO DIGITAL, FISCALIZAÇÃO DE RÁDIOS ILEGAIS FORAM OS PRINCIPAIS ASSUNTOS ABORDADOS NO SEMINÁRIO
Da Redação
A SET, em parceria com a TV Anhanguera, realizou em Goiânia, nos dias 22 e 23 de junho, um Seminário cobrindo todos os ramos da tecnologia e convergência de mídias. Na abertura do evento, Wanderley Schmaltz, Diretor-Técnico do Grupo Anhanguera, destacou aos mais de 180 participantes, o novo cenário desenhado pelos avanços tecnológicos que tirou dos grandes centros a hegemonia na centralização da absorção/distribuição das grandes inovações científicas, bem como a força da economia local que patrocina um evento de porte nacional.
A primeira palestra foi ministrada por Leonel da Luz (SET/SP e Dynamics). Ele abordou arquiteturas sem fio e novas tecnologias em substituição às fitas como Hard Disc, discos ópticos e estado sólido. A fita serviria apenas como arquivo de dados (DLT – Digital Library Tape) pela relação custo/benefício. O palestrante conceituou Fiber Channel, Gigabit Ethernet, Browsing Proxies, Wrapper, formatos GXF/MXF/AAF, sistemas de armazenamento DAS/NAS/SAN entre outros, e detalhou as mudanças no fluxo de trabalho que os sistemas tapeless introduziram

Palestrantes apresentam as últimas tendências
em Engenharia de Televisão e Telecomunicações

nas emissoras. No segundo dia, Leonel apresentou outra palestra sobre Gerenciamento de Projetos, ferramenta de controle para redução de custos.
Na área de Rádio Digital, Ronald Barbosa (SET/DF e Abert) comentou aspectos tecnológicos, econômicos e sociais deste tipo de mídia, que é a única a sobreviver às interrupções da rede elétrica comercial. Barbosa mostrou outras mídias concorrentes e, a partir de uma visão sistêmica, definiu Convergência Tecnológica. Além disso, falou do atual estado dos radiodifusores brasileiros e fez um breve panorama mundial sobre a implantação do Rádio Digital e os atuais padrões propostos, assim como as ações do grupo ABERT/SET para a sua implantação no Brasil.
Nilson Tocuo Fujiwasa (AD-Line/SP) fez duas apresentações. Na primeira, falou sobre as novas tecnologias para Displays de monitoração e projetores, detalhando LCD/TFT (Liquid Cristal Display/ Thin Film Transistor). Comparou os LCDs com os CRTs, que atualmente já conquistaram a confiança dos usuários, tendo em vista a estabilidade de suas características como: range de contraste, ângulo de visão, tempo de resposta, resolução e colorimetria (gammut). Sua segunda apresentação foi dedicada ao Áudio Digital, em que enfocou os conceitos básicos necessários para converter uma planta de analógica para digital. Explicou também alguns dados importantes como freqüência de amostragem, quantização, ADs, DAs, padrões AES/EBU e SPDIF (Sony Philips Digital Interface – que usa conector RCA), norma SMPTE 272/1994, que trata de áudio embedded, MADI (Multi Channel Áudio Digital Interface) e Dolby E.
Armando Moraes (4S e SET/SC) falou das aplicações do mundo não-linear em jornalismo. A diversidade do mercado e do jornalismo brasileiro dificultam a implantação de sistemas tapeless, que trazem vantagens como: instalação, custo operacional reduzido, qualidade, recursos, independência do formato e integração, entre outros.
Na área de desenvolvimento de softwares, Felisberto B. Silva (STEP e SET/SC) trouxe a experiência de sua empresa, que abrange tratamento de textos, vídeo, teleprompter em rede, produtos orientados para tempo real, controle remoto, captura e ingest de vídeo. Falou sobre edições não-lineares e renderização. CEDOCs, monitoração, censura, Web, vídeo logger e streaming foram alguns dos recursos descritos em sua apresentação.
O empresário e professor Carlos Nazareth (INATEL/MG) realizou um tutorial sobre Modulação Digital, e tornou o assunto de fácil compreensão aos participantes ao abordar corretores de erros e medidas no mundo digital, sendo o mais comum a alteração da portadora analógica por conteúdo digital. Amplitude, freqüência e fase são os parâmetros disponíveis para serem alterados. É aqui que surgem os vários tipos de modulação digital como ASK (Amplitude Shift Keying), FSK (Frequency Shift Keying), PSK (Phase Shift Keying) e QAM (Quadrature Amplitude Modulation), modelos básicos que possuem derivações. No trabalho, também comparou as modulações 8VSB (usada pelo sistema americano de TV digital) e COFDM (usada pelo sistema europeu e japonês de TV digital). O site do Inatel (www.inatel.br) traz dicas para quem quiser mais informações.
O Instituto Genius de Tecnologia, representado pela mestre em Comunicação Social em Semiótica, Thais Waisman, apresentou o projeto Educação Interativa no Amazonas. O Genius foi fundado em 1999 para desenvolver produtos para consumo, não tem fins lucrativos e trabalha com Universidades, Centros de Pesquisa e Indústria. Dos projetos que faz parte, destacam-se: reconhecimento de voz, interface homem-máquina para celulares (APIs), DVD Players, set-top box e PLCs (Power Line Carriers – redes lan pela rede elétrica). Em TV digital, atuam em sistemas interativos. O projeto de ensino à distância no Amazonas permite que qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer hora tenha acesso às informações. Já desenvolveram quatro trabalhos: alfabetização digital, e-learning, comunicação cidadã (governo eletrônico) e gestão escolar.
Erik Soares (Sony/SP) descreveu a solução Sony para o Network Solution. Tratam-se de conceitos aplicados ao jornalismo de pequenas emissoras, afiliadas e TV a cabo. Detalhou passo-a-passo como se faz Ingest, Storage, Edição e Transmissão dentro do novo fluxo de trabalho que surgiu com o mundo tapeless. A Sony tem por filosofia sempre colocar seus produtos em vários formatos, o que chamamos de interoperabilidade. O pacote completo tem onze softwares (a maioria desenvolvida no Brasil) e dez equipamentos, incluindo o editor não-linear com laptop Vaio.
Yapir Marotta (Anatel) e Dorival Gimenes Jr. (CPqD) fizeram um panorama sobre a nova distribuição de canais FM para as rádios comunitárias. O objetivo da Anatel é colocar, sempre que possível, todas as comunitárias em um único canal. A grande dificuldade é alocar canais para comunidades próximas a aeroportos, pois canais adjacentes, taboos e o canal 6 de VHF para TV são parâmetros limitadores.
O representante da Thomson, Jaime Ferreira, iniciou sua palestra contando a história da empresa, que ao adquirir a Philips Broadcast e a Grass Valley, tornou-se fornecedora de soluções end-to-end, ou seja, capaz de montar uma produtora/emissora somente com seus produtos. Jaime ainda deu uma visão geral sobre o estado atual da HDTV na Europa e Estados Unidos.
O conceito de Multiviewers, que consiste em colocar vários sinais no mesmo display, fazendo monitoração profissional, foi o tema abordado por Daniel Diniz da Costa (Inviso e Libor/SP). Ele também comparou CRTs e LCDs, concluindo que o produto não seria possível com a tecnologia dos CRTs, mas dependeria também da melhoria de performance das telas de cristal líquido.
O Professor Universitário em Goiânia e PhD em Sistemas de Energia Elétrica, Carlos Augusto Guimarães Medeiros, ministrou sobre Qualidade da Energia Elétrica. Por se tratar de um assunto referente à infra-estrutura, conceituou energia, mostrou suas várias formas existentes, deu exemplos de racionalização e de padrões que estão nas normas, explicou como gerar e controlar indicadores, fez uma análise de como esse assunto é tratado nos congressos internacionais, e clareou uma metodologia geral para analisar a qualidade da energia.

O setor de satélites, representado por José Edio Gomes (Hispamar/RJ), Luis Tadeu Navarro (Star One/RJ), Willian Hemmings e Edson Meira (Loral Skynet/RJ), atualizou os participantes sobre as novas tecnologias e serviços que as empresas colocam à disposição dos usuários. Willian abriu a palestra fazendo uma apresentação da empresa que surgiu com a compra da SkyNet pela Loral. Edson Meira descreveu os serviços disponíveis e deu um panorama na situação atual das bandas C e Ku, muito usada na Europa. Segundo ele, os cabos submarinos reduziram o uso para telefonia em 52%, e a HDTV vai liderar o uso de transponders. A banda Ku hoje é usada para DTH, dados e contribuição ocasional, mas sua distribuição ainda enfrenta problemas, apesar de ser confiável. José Edio Gomes explicou que a empresa é uma parceria entre a Telemar (principal cliente) e Hispasat espanhola. São três satélites, sendo dois em banda Ku, e um em bandas C e Ku. Banda larga e multimídia são serviços em alta nos satélites, sendo que o último é o forte do satélite Amazonas, atingindo terminais remotos ligados em rede. Luis Tadeu descreveu que a Star One era da Embratel, sendo desmembrada após a privatização. Atualmente, estão trabalhando no sistema BLOM (Build it; Launch it; Operate it; Manage it), que resolve o problema do cliente como um todo.
Mais de 180 profissionais participaram dos
seminários do SET Centro-Oeste que
acompanharam temas sobre a
convergência de mídias

Em TV atuam na distribuição, contribuição e SNG. No Centro-Oeste tem 15 clientes usando TV digital via satélite. Hoje, a empresa tem 305 Mhz alocados para TV digital, o que agregou valor a mídia.
Outro representante das contribuições locais, Euclides Nery (Produtora Makro), contou a história da empresa que nasceu dentro da TV Anhanguera quando ele era operador de câmara sem Viewfinder. A Makro é a referência regional para edições não-lineares. Em sua apresentação, mostrou todos os recursos de hardware.
O palestrante Cesinha Canedo incentivou a migração para o sistema de áudio digital, devido às inúmeras vantagens como ser mais fácil de operar, mais barato e mais confiável.
Encerrando o Congresso, Guilherme Ramalho da Silva (CIS Group TV/USA) falou sobre Mídia Digital – Tendências e Ambientes Colaborativos com foco em TI. Um dos aspectos abordados em sua palestra é o fato de que a engenharia é ferramenta, mas o que dá vida ao produto como um todo é o talento que precisa existir na área.

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