Mais um ano de muitas novidades e muitas dúvidas. Para nós, produtores de vídeos, os caminhos estão mais nebulosos. São tantas novidades e tantas opções técnicas que uma decisão precipitada pode nos levar a opções que nos limitam a ação. O que fazer?

Em um curso avançado de pós-produção em HD de que participei, a primeira frase do palestrante foi: “Hoje vamos falar de um sistema morto, o HD”. Este é o novo conceito de produção 2K e 4K, a película chegou ao seu fim. De agora em diante seu uso será uma opção conceitual.

Em outro seminário ouvimos James Cameron falando do seu sistema de 5D, uma integração entre os universos 2D e 3D para a cobertura de eventos esportivos. O uso dos dois sistemas pode baratear e facilitar esse trabalho. Nesse contexto é preciso pensar no mercado brasileiro e nas necessidades das produtoras de vídeo.

Grandes fabricantes como Sony, Panasonic, Canon e JVC lançaram câmeras com possibilidades de 2K e 4K. Algumas com custo muito atrativo e opção de troca de lente que poderiam levar nossas produções a um nível de qualidade superior ao HD.

A Blackmagic entrou nesse mercado e lançou a sua câmera com 2.5K, mas todas essas novas possibilidades trazem novas responsabilidades. A produção com o uso desses equipamentos de ponta requer um planejamento mais cuidadoso, cinegrafistas com noção de fotografia e conhecimento de detalhes técnicos das câmeras, que a maioria dos profissionais desta área não tem, pois estão acostumados a câmeras com foco automático e lentes com zoom e operam com pouca noção de fotografia. Como assegurar, então, que o equipamento novo que é uma maravilha será utilizado de forma a explorar todo seu potencial para entregar melhores imagens para a equipe de pós-produção?

Funções novas como o Slog, da Sony antes indisponíveis para nosso mercado podem gerar erros de interpretação quando visualizadas sem que se tenha a noção do que isso representará para a pós-produção. Nós, do universo das produtoras, temos que nos preparar para que nossas equipes tenham essas informações e procurar profissionais que tenham tais informações e que estejam aptos a passá-las adiante.

No mercado de eventos, os cuidados com a compra de novos equipamentos devem ser muito maiores para evitar o risco de adquirir câmeras com funções e características desnecessárias para esse seguimento. Vale lembrar que atualmente a maior parte dos eventos com transmissão simultânea feita em HD acaba utilizando projetores com resolução de 1024×768.

Portanto, ainda temos um longo caminho a percorrer até termos os projetores HD como padrão nos eventos. Para o segmento de produções independentes, a nova legislação para TV a cabo irá gerar um mercado que deverá utilizar câmeras de 2K e 4K com a garantia de qualidade HD na exibição, pois a maioria dos canais a cabo tem transmissão em HD.

No universo 3D ainda temos muito que caminhar. Num curto prazo, o mercado de eventos ainda é a melhor solução para nós, produtoras, porque possibilita soluções com baixo custo de produção e exibição com a utilização de câmeras como a HXRNX3D1 da SONY, a HDC-Z10000 da PANASONIIC ou produções que utilizam as câmeras PANASONIC AG-3DA1 e PMW-TD300 da Sony. Na pós-produção temos softwares como Vegas 11 e Edius 6.5 que facilitam e corrigem a maiorias dos pequenos erros de captação, permitindo finalizar o material para exibição em vários formatos como side by side e anagliph. As transmissões esportivas em 3D estão muito distantes do nosso universo e serão de responsabilidade das grandes emissoras que devem procurar parcerias tais como as soluções já encontradas no EX Games, NFL e outros grandes eventos que utilizam essa tecnologia. Assim, na aquisição de equipamentos é preciso pensar bem, consultar representantes dos fabricantes para fazer a melhor opção de compra para o segmento de mercado em que eles serão utilizados.

As novas tecnologias estão aí, agora é fazer as opções certas para cada mercado e esperar as novidades da NAB 2013.