Mesmo com balanço positivo em 2011, diretores da SET estudam melhorias para 2012

INSIDE SET

Novas metas foram traçadas para o ano de 2012, na última reunião de diretoria da SET. Na pauta estava também o balanço dos trabalhos de 2011, que com uma grande evolução foram realizados com grande êxito. O encontro aconteceu no dia 29 de outubro e contou com a presença da presidente Liliana Nakonechnyj, o conselheiro de ex-presidentes Adilson Malta, o vice presidente Olimpio Franco, o diretor executivo José Munhoz, os diretores e membros dos comitês das diretorias da SET.

O balanço começou pela IBC (leia a cobertura do evento na Edição 123 da Revista da SET). Segundo Olimpio e Liliana o encontro para brasileiros oferecido pela organização da conferência IBC, foi um sucesso absoluto. Os temas tratados foram altamente pertinentes ao momento e o número de brasileiros foi além do esperado. Três temas foram discutidos – Espectro, Sistema Híbrido e a apresentação da Fifa sobre transmissão da Copa do Mundo. A expectativa é que no próximo ano a SET seja novamente agraciada com este espaço exclusivo num evento tão importante como a IBC.

O fechamento do evento nacional não ficou atrás. De acordo com Anna Lucia, secretária geral da SET, os números do Congresso SET 2011 foram um recorde: 1500 pessoas, 210 palestras, 52 sessões e 180 palestrantes. Em quase todas as palestras havia um público representativo. Outro ponto positivo foi um interesse maior pelos workshops tanto por parte das empresas como do público nas sessões. “Foi um evento bastante intenso de participação e nós tivemos um retorno muito positivo, tanto dos palestrantes quanto dos moderadores. Houve muita integração e intensidade de público do primeiro ao último dia. Porém, os organizadores acreditam que deva haver um trabalho mais estratégico para aumentar o público das últimas sessões”.

Pela primeira vez, o Congresso SET esteve nas redes sociais. Segundo Rodrigo Arnault houve cerca de 200 membros do Facebook e 200 seguidores no Twitter. Apesar de o evento ter uma grade de palestras muito grande, o professor Valdecir Becker, membro do comitê de ensino, conseguiu cobrir 50% das palestras colocando mensagens nas redes. “Nós fizemos um rastreamento e descobrimos que as mensagens durante o evento atingiram mais de 20 mil pessoas no Twitter, pois cada seguidor, que interagia, retwitava para os seguidores deles, gerando esse grande número de acesso”, explicou Arnault.

O SET 2011 também serviu para experimentar uma nova forma de aquisição dos produtos da entidade. Segundo o diretor executivo José Munhoz, “em caráter experimental, este ano foram realizadas algumas inscrições do congresso no site com pagamento online”. O projeto foi desenvolvido em parceria com a empresa Ideiaria. Trata-se de mais um recurso disponibilizado para a comunidade da SET para participar dos seus eventos.

A presidente Liliana chamou a atenção para outros pontos a serem discutidos. Entre eles a questão da Lei 12.485, SeAC, que define a cadeia de conteúdo audiovisual. O diretor de TV por Assinatura e Novas Mídias, Antonio João Filho, deu uma panorama do que é a lei. “Ela introduz uma relação mais íntima entre a Anatel e a Ancine e regula o quanto uma emissora pode ter de participação de uma produtora e quanto uma produtora de conteúdo pode ter de produto numa distribuidora. Com ela acabam as restrições para as empresas de telecomunicações fazerem TV a cabo e a de capital estrangeiro para TV a cabo. Ela permite licença única para distribuição de TV paga em qualquer plataforma tecnológica. Espera-se que com essa lei as empresas de Telecom possam justificar mais seus investimentos. A lei define o papel do empacotador, produtor e distribuidor, porém, ela não foi regulamentada. A Anatel tem até 120 dias, a partir da promulgação que foi em setembro. A previsão é que ela seja publicada em março de 2012”.

Outro fator levantado foi com relação ao OTT. Antonio explica que, “esta tecnologia está no limbo regulatório, porque ela não é TV por assinatura, pois não utiliza os bens que estão listados na regulamentação – cabo, satélite, NDS. O OTT também não pode ser SCM porque esta licença exige que o serviço de distribuição de TV seja por evento e não através de assinatura. O que nós temos visto é que os próprios empacotadores e produtoras têm o seu portal de serviço OTT. Para proteger o negócio de TV”, conclui Antonio.

Os trabalhos do grupo de loudness foram finalizados e Alexandre Sano fez uma fez uma breve apresentação sobre os trabalhos do grupo e de como foi a entrega do documento com as recomendações ao governo, no dia 13 de outubro. “Liliana e eu fizemos uma reunião com o secretário de serviço de comunicação eletrônica Genildo Linz, a representante do MiniCom Patrícia Ávila e o superindente da Anatel Ara Apkar Minassian, para entregar oficialmente as recomendações sobre o loudness (leia íntegra na edição 123 da Revista da SET). Durante o encontro, a nossa presidente fez a apresentação da SET e dos trabalhos realizados pela entidade, tendo como foco uma explicação mais ampla e técnica sobre o loudness. A reunião foi muito produtiva e o governo sinalizou com grande satisfação o nosso trabalho e falou sobre as ações dele nesta área”.

Outro item bastante discutido durante a reunião em Brasília foi a questão de TV por Assinatura. “A proposta do superintendente Ara foi a criação de um grupo entre as associações para discutir o assunto e chegar a um consenso para fazer recomendações. E nós representando a SET, nos colocamos a disposição para ajudar neste trabalho”, concluiu Sano. A divulgação dos trabalhos realizados pela SET também são metas para o próximo ano. E o primeiro passo foi dado. De acordo com Alexandre, este trabalho com o loudness será divulgado em outras veículos de comunicação, além dos canais da SET – site, revista e redes sociais.

O papel da SET
Diante de tantas mudanças tecnológicas e novas regulamentações, a função da entidade também foi revista e discutida. Na opinião de Adilson Malta o papel da SET deve mudar, se atualizar. “A SET nasceu com a vocação para TV aberta e continua assim. Nós temos que mudar nosso perfil e expandir além da TV aberta, até mesmo do ponto de vista da formação de engenheiro. Nós temos visto que com estas novas plataformas digitais falta profissional no mercado. A mão de obra continua com o pensamento analógico. Nós precisamos pensar nesta situação que está mudando muito rápido e temos que encarar esta mudança de forma aberta e repensar a nossa produção”.

A presidente concorda com Adilson Malta no fato de ter que abordar cada vez mais as tecnologias de redes, no congresso, nos workshops e nos eventos regionais. Porém, ela ressalta que a função da SET não é formar engenheiros e sim abrir meios para o conhecimento, divulgar as novas tecnologias, abrir espaço para a capacitação. “Eu concordo que o mercado hoje precisa de uma convergência, mas não é o caso de discutirmos questões empresariais, mas sim a capacitação dos profissionais que precisa ser tratada na SET, pois o nosso papel é sempre manter o nível dos profissionais, é ser um facilitador para o setor. A SET deve estar preocupada com as tecnologias de produção de televisão e distribuição de conteúdo audiovisual”, avalia Liliana. O diretor internacional, Herbert Fiuza, concluiu dizendo: “Nós devemos unificar essas tecnologias, em vez de criar uma separação entre elas”.

E foi pensando nas melhorias e no papel da SET que os integrantes dos grupos discutiram suas pautas e apresentaram suas propostas.

Como será 2012?
Na opinião de Liliana, o Congresso da SET 2011 foi o melhor de todos os tempos. Ela parabenizou o vice-presidente Olimpio Franco pelo intenso trabalho desenvolvido nos temas e deu uma missão ao grupo de tecnologia formado por Raymundo Barros, David Britto, Antonio João Filho, Alexandre Sano, Carlos Fini, Rodrigo Cascão Araújo, Ronald Siqueira Barbosa e Paulo Kaduoka. “É preciso rever a grade do congresso deste ano para ver os pontos que devem ser melhorados, discutir o programa do ano de 2012 e tentar sair da reunião com os call for papers“.

Segundo o diretor de tecnologia, Raymundo Barros, o grupo avaliou como é o processo do call for papers dos eventos IBC, NAB e SCTE. “O IBC foi o mais interessante e que se aproxima mais do que é feito no congresso da SET. A conferência IBC é organizada em keynote, tecnologia emergentes, produção de conteúdo, temas que impactam os negócios da radiodifusão e alguns temas de valor adicionado, que são apresentados em auditórios abertos onde os assuntos são tratados de maneiras diferentes. Nós pretendemos que a nossa grade tenha uma organização parecida com esta”, explicou o diretor.

Os temas centrais sugeridos pelo grupo para o Congresso SET 2012 são: o espectro pré e pós switch off, produção de conteúdo, transmissão e distribuição, infraestrutura crítica, convergência, TV por Assinatura, mobilidade, Rádio digital, grandes temas tecnológicos e o novo profissional de engenharia de TV. Os painéis poderão ser montados a partir destes temas para formação da grade do evento.

O segundo grupo a se apresentar foi o de Ensino representado pelo diretor de ensino Carlos Nazareth, Valdecir Becker, Rodrigo Arnault, João Braz, Tom Jones e Eduardo Bicudo. Na pauta deste grupo estavam a revista de Radiodifusão, Congresso SET 2012 e o software Avid. Nazareth falou sobre a importância da publicação eletrônica e o aumento das edições da revista de Radiodifusão, que atualmente é anual. A proposta é que a revista tenha uma submissão contínua a qualquer momento e sem ter data limite, porém com duas datas específicas, em junho e novembro. Na segunda publicação estarão os melhores artigos do congresso, valorizando assim a revista “aos olhos” da Capes. A proposta do grupo é que os papers do congresso sejam publicados eletronicamente, como foi feito este ano.

Com relação ao congresso, a questão do painel Acadêmicos Científicos foi bastante discutida, durante a reunião. A entidade acredita na importância da participação da academia em todos os eventos da SET. Para Liliana o ideal é que a escolha dos artigos acadêmicos esteja concluída antes do fechamento das palestras, desta forma será possível fazer a distribuição das teses nos painéis, em vez de ter o painel exclusivo.

Todos concordaram com a distribuição e Nazareth completou dizendo que os temas escolhidos para guiar os trabalhos dos acadêmicos estão alinhados com os do grupo de tecnologia. Entre eles estão: processamento, codificação e transmissão de imagem em vídeo, processamento de codificação de áudio, transmissão e recepção, interatividade e serviços, televisão e serviços de telecomunicação por assinatura e radiodifusão sonora digital. “A intenção é começar os trabalhos em novembro e ter a publicação dos papers aceitos em maio de 2012.

A diretora de eventos, Daniela Souza, falou em nome do grupo de marketing, eventos e editorial formado por Valderez Donzelli, Herbert Fiuza, Marcio Pereira, e Moris Arditti. A diretora começou falando sobre os produtos que a entidade tem e a sugestão do grupo em ampliar os news para os eventos regionais e IBC, além de tentar fazer a transmissão on line de algumas palestras, desde que autorizadas previamente pelos palestrantes. Assuntos como novas parcerias, meios de divulgação, tradução do site para o inglês e espanhol, nova metodologia para escolha dos selecionados e vencedores do Prêmio SET, montagem de pacotes para aumentar a publicidade da revista e o planejamento dos eventos regionais para poder divulgá-los com maior antecedência, também foram discutidos.

O consultor Tresse falou pelo grupo Regionais formado pelos engenheiros: Vanessa Lima, Fernando Ferreira, Assis Brasil, Luiz Fausto, Ricardo Salles e José Raimundo Cristovam. O primeiro ponto levantado pelo grupo foi como aumentar a audiência dos eventos regionais. Entre as propostas para solucionar a questão estão: escolher estrategicamente o local do evento, aumentar o envolvimento da área de marketing da SET, levar a academia para os eventos regionais, porém com uma linguagem mais versátil, transmitir via satélite as palestras para todas as regionais e ampliar a divulgação dos eventos.

Devido a importância dos eventos e a tendência que a entidade tem em auxiliar na capacitação de profissionais, através da atualização do conhecimento local apresentando palestras com novas tecnologias, a melhoria nos eventos regionais é uma preocupação constante da SET para tornar cada vez mais os eventos interessantes. Com base em 2011, alguns pontos foram levantados para serem ajustados e aprimorados, mas no geral, o balanço dos eventos foi positivo, pois atendeu as expectativas dos participantes.

Foi um dia inteiro de discussão e os participantes saíram da reunião com um dever de casa que deverá ser apresentado na próxima reunião da SET.

“Estou muito gratificado pela oportunidade de estar presente neste evento que sela a parceria entre Hitachi e Linear, e como representante da SET desejo à nova empresa muito sucesso! Parabéns também à equipe e aos diretores da Linear por terem construído uma empresa sólida e de alcance nacional e mundial”. Foi com estas palavras que o vice presidente da SET, Olimpio Franco, falou em nome da entidade, durante o coquetel que a Hitachi Kokusai Linear (HKL) preparou para comemorar juntamente com seus parceiros e clientes a junção das empresas.

Olimpio aproveitou o momento e ressaltou o papel da entidade no setor e a importância da SET no processo da escolha e implementação da TV digital no Brasil. “Nós somos uma sociedade sem fins lucrativos, fundada em 1988, que esteve e está muito envolvida com o processo da TV digital há mais de 17 anos. Nós testamos os três padrões de TV existentes, nos anos de 1999 e 2000 e constatamos que o sistema ISDB era o melhor padrão a ser adotado. Por isso, passamos a defendê-lo em todos os aspectos e oportunidades que tivemos. Felizmente tivemos a decisão favorável do governo brasileiro em 2006 e hoje o padrão foi adotado, praticamente, em toda a América Latina”.

O evento aconteceu no Hotel InterContinental, no dia 17 de novembro e contou com a presença do CEO da Hitachi, Manabu Shinomoto, do vice presidente Hideyuki Hagiwara, do presidente da Hitachi Brasil, Shigeru Kimura, do diretor geral comercial Yasutoshi Miyoshi, do diretor geral e de vendas mundiais Shinji Nakamura e o diretor de relações institucionais Carlos Fructuoso.

 

Gilmara é editora da Revista da SET. e-mail: [email protected]