Interiorização da TV Digital

Nº 145 – Set/Out 2014

Por Fernando Moura e Francisco Machado Filho*

REPORTAGEM

O Congresso SET 2014 mostrou que as emissoras do interior do país correm contra o tempo para evitar apagão premeditado. Mesmo depois de cinco anos de início do processo de digitalização dos canais brasileiros, a interiorização da TV Digital parece um desafio maior do que antes previsto.
Desde que foi anunciado o desligamento do sinal analógico, as grandes emissoras, afiliadas e pequenas retransmissoras correm contra o tempo para cumprir o prazo estabelecido pelo Ministério das Comunicações, e assim evitar um apagão premeditado.
A dificuldade de interiorização da TV Digital no Brasil e os custos para a implantação do sinal terrestre, estiveram no centro das discussões do Congresso SET. Especialistas da academia e do mercado se únem para encontrar saídas viáveis economicamente e tecnicamente eficientes na hora de instalar os equipamentos necessários para atender a transição do sinal analógico para o digital.
Em Minas Gerais, várias alternativas de baixo custo foram adotadas pela afiliada da Rede Globo, a TV Integração. Segundo Joelson Alves Barbosa, que atua há 22 anos na emissora, os principais desafios estão relacionados com a diversidade do território da retransmissora que abrange o Triângulo Mineiro e parte do sul do Estado. “A nossa região é muito quente, e fornecer refrigeração para manter os equipamentos na temperatura certa deu bastante trabalho”, contou ao apontar para uma projeção que exibia contêineres construídos ao lado das antenas. O material usado por eles foi de baixo custo e correspondente à realidade do local.
O processo de interiorização DTV também requereu mudanças na estrutura para o jornalismo local. “Criamos infraestrutura pro jornalismo pra oferecer uma proximidade maior com a comunidade”, destacou Barbosa.
Sobre os melhores modelos, mais eficientes tanto na transmissão como também no consumo de energia e ainda viável economicamente, Vanessa Oliveira (SET/ Pro Television) apresentou os cuidados que o profissional deve ter na hora de escolher os equipamentos. “No passado, escolher uma boa antena, com uma boa potência, era boa parte do trabalho, agora não, a escolha dos parâmetros pode implicar em abrir mão de outros”, constatou ela ao apontar que para cada parâmetro existente na transmissão analógica são mais quatro novos parâmetros a serem analisados na transmissão digital.

O desenvolvimento de tecnologias como o 4K e 8K congregaram centenas de congressistas nas salas do Expo Center Norte

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Outro dos temas tratados por Vanessa foi o Fator de Crista, Picos, Clipper, CCDF ou PAP. O que acontece esporadicamente quando o sinal no domínio do tempo atinge valores de alta amplitude que levam o amplificador a saturação, produzindo mais intermodulação e degradando a MER.
A redução do Fator de Crista adapta o sinal para melhor “trafegar” pelo amplificador, permitindo que o mesmo opere muito próximo da saturação, mas sem atingi-la porque é exatamente na saturação que o amplificador possui a máxima eficiência eléctrica, disse Vanessa.

David Britto, Coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD afirmou que é fundamental que se realize uma campanha de conscientização da população brasileira e que exista uma regulamentação clara, financiamento e um espectro livre de interferências antes de realizar o apagão analógico.

“Basicamente o que é feito é modificar o formato do ruído dentro da banda do canal (o ruído dentro da banda é o que melhora ou piora a MER) de tal forma a ser mais plano e não tão curvo – “tira a sujeira de debaixo do tapete”, finaliza.
O engenheiro eletrônico Sok Won Lee (Rede Massa), que trabalha desde de 1981 no setor, disse ter ficado admirado com o processo de digitalização da Rede Globo e suas retransmissoras, mas destacou que grande parte das emissoras não conseguiu acompanhar a implementação por falta de recursos financeiros. Lee apresentou outras alternativas que também considera viáveis e de baixo custo para que as retransmissoras consigam cumprir o calendário do desligamento do sinal analógico.
Enquanto no Brasil o trabalho é intenso na interiorização do sinal, no Japão esse processo já aconteceu.

Emerson Weirich (SET/ EBC) passou dois meses lá estudando o processo de interiorização da DTV dos japoneses. Baseado no sistema implantado pela NHK (emissora pública japonesa), Weirich apresentou um estudo desenvolvido sobre a emissora de TV, do modelo de distribuição e grade de programação.
Uma curiosidade apresentada por ele foi com relação à recepção do sinal, onde cada televisor tem um cartão de liberação do sinal. “Lá o morador precisa pagar uma taxa para ter acesso ao sinal de televisão, tanto à TV pública quanto à televisão comercial” contou.
Weirich apresentou ainda a infraestrutura utilizada pela NHK na distribuição do sinal. “Temos realidades bastante diferentes no Brasil, extensões territoriais bem maiores, mas acredito que podemos aprender com o modelo e pensar em novas medidas exclusivas pra realidade brasileira” pontuou.
Durante a apresentação, o pesquisador da EBC mostrou o planejamento da NHK para a transição do sinal analógico para digital. De acordo com ele, além da publicidade sobre a mudança do sinal, os anúncios na própria TV começaram a ser veiculados três anos antes do desligamento, e avisos foram inseridos na transmissão. “Cem emissoras fizeram o switch-off ao mesmo tempo, o que demonstra a eficiência do planejamento na digitalização” finalizou.

A palestra “switch-off: a realidade do desligamento analógico – do planejamento e perspectiva até a recepção” teve 11 convidados e despertou muito interesse da plateia.

As novas diretrizes do MiniCom para retransmissoras
Representantes da Anatel, Ministério das Comunicações, das empresas de engenharia da comunicação e das emissoras de TV debateram sobre as normas e soluções para a melhoria na transmissão no painel “Normas & Regulamentações: Atualização de regulamentações” mediada por Tereza Mondino (SET / TM Consultoria).
Para atualizar os profissionais sobre as novas normas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Comunicação, Denise Menezes de Oliveira, da secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, e Diretoria de Outorga de Serviços de Comunicação Eletrônica fez um resumo sobre as novas portarias assinadas no dia anterior durante a abertura do Congresso da SET.
Denise falou sobre as possibilidades de instalação de antenas retransmissoras, abordado na portaria.
Ela ressaltou que a instalação dessas novas antenas não estará sujeita a processo seletivo, e que se as emissoras tiverem interesse devem enviar um requerimento ao Ministério. “Uma das obrigações dos canais é a cobertura de 90% da área urbana com o sinal de transmissão, e para isso já eliminamos um dos processos de burocracia, basta enviar o requerimento, lembrando que a antena retransmissora vai apenas repetir o sinal da matriz” destacou.
Hélio Godóy de Avellar da Superintendência Outorga e Recursos à Prestação da ANATEL abordou como foi feito o replanejamento dos canais para a liberação da faixa de 700MHz. “Foram publicadas 21 consultas públicas, falta apenas mais uma e foi preciso alterar 1.195 canais digitais e 178 canais analógicos”, ainda segundo ele, foram feitas 4.242 inclusões de novos canais e foi necessário o desligamento de 485 canais que atingiu diretamente 1096 municípios. Os trabalhos estão sendo feitos desde 2012 e em um mapa apresentado no painel Avellar comparou o antes e o depois da redistribuição e replanejamento dos canais.
O gerente de operações de esportes e jornalismo da Rede Globo, Carlos Lobo falou sobre a infraestrutura no Rio de Janeiro para a transmissão e recepção de link, e reclamou do espectro disponível para a radiodifusão, alegando que o tamanho é muito pequeno para o volume de trabalho da televisão que prioriza informação ao vivo.
Segundo Lobo, mesmo com uma engenharia planejada, e com estudos profundos sobre a disposição da antena, é comum ocorrer interferência de eletrônicos no sinal da emissora. “Faltam faixas de frequência, e nós temos muita demanda, já que precisamos fazer diversas coberturas com links de diversos pontos da cidade do helicóptero e futebol” reclamou. O gerente de espectro da Anatel, Alex Azevedo, esteve presente no painel e ouviu todas as reivindicações dos engenheiros das emissoras. De acordo com ele, haverá mudanças no que se refere às reclamações e que o debate foi bastante esclarecedor para os estudos do departamento.

O futuro do ISDB-T
A palestra “Transmissão e distribuição. Visões atual e futura do ISDB – TV”, moderada por Olímpio Franco (Presidente da SET) trouxe ao Congresso cases de implantações do ISDB-T, novos entrantes e potências adoptantes e a visão de um padrão mais avançado para os próximos anos pela NHK, ARIB e MIC do Japão A primeira palestrante foi da representante do Governo Japonês através do MIC, Reiko Kondo que explicou como foi realizada a promoção Internacional do ISDB-T por parte do governo nipónico.
Para Reiko, “o mais importante do sistema é a sua possibilidade de crescimento” e avanço, não só no Japão senão dentro dos países que adotaram o padrão e os que poderão vir a adota-lo. “Inicialmente, o padrão ISDB-T foi desenvolvido no Japão e, posteriormente adaptado às condições do Brasil e, em seguida, foi introduzido em outros países da América Latina. Mais recentemente, o padrão ISDB-T foi também adotado em países da Ásia e África, como nas Filipinas, Sri Lanka, Maldivas e Botswana. Atualmente, dezassete países já adotaram esse padrão” explicou.

Palestrantes trouxeram ao Congresso cases de implantações do ISDB-T

No Japão, afirma, “as parcerias público – privadas entre o Ministério do Interior e das Comunicações (MIC), o Digital Broadcasting Experts Group (DiBEG) e a ARIB (Association of Radio Industries and Business) promovem e disseminam o padrão ISDB-T no mundo e apoiam os países que também estão adotando”.
Ana Eliza Faria e Silva (SET/TV Globo/Fórum ISDB -T) mostrou os índices de cobertura de TV Digital com “mais de 70% do território nacional” com uma tendência de incremento do sistema e com cada vez mais televisores capazes de receber o sinal ISDB-T no país.
“Hoje estamos focados em melhorar o sistema e trabalhar em uma nova reformulação do sistema onde possamos melhorar e contribuir para manter viva, atractiva e solida a TV Digital. Hoje somos um grupo de apoio ao switch-off analógico que é o grande desafio da Fórum nos próximos anos ”, afirmou Ana Eliza.
Masahiko Fujimoto (ARIB) fez um relato das atividades da Association of Radio Industries and Business no Japão explicou que com a Copa do Mundo começou a utilização de broadcasting via satélite no japão com tecnologia 4K e já esta estabelecido que o próximo passou será que isso aconteça com 8K em 2016
“Precisamos determinar padrões para a tecnologia UHDTV, por isso temos trabalhado na codificação do distribuição, mas precisamos determinar os padrões de contribuição de sinal. Hoje existem dois sistemas de transporte de sinal, o TLV-MMT e o MPEG2 TS. Pensando que no futuro terá de ser adotado assumindo o que façam outros países”.
Fujimoto ainda falou sobre a realização de uma integração dos padrões de broadcast e broadband para poder oferecer serviços híbridos de TV Digital tanto para Broadcast como para broadband. “Precisamos definir um sistema que trabalhe tanto por espectro como por Internet e trabalhe de forma híbrida”.
A seguir, na palestra “Implementação da TV Digital e do Projeto EWBS no Peru”, Katsumasa Hirose (JICA) explicou o que foi possível fazer no no passado 11 de Março de 2011, quando aconteceu o terremoto que assolou a região leste do Japão causando enormes danos e fez com que a importância de um sistema mundial de prevenção de desastres fosse percebida.
Durante o terremoto, o alerta de tsunami foi disparado. Este alerta é parte do sistema EWBS (Emergency Warning Broadcasting System) e pertence ao Sistema de Transmissão Digital Terrestre ISDB-T, e teve um papel extremamente importante na evacuação das áreas de risco e na prevenção de acidentes no sistema de transporte público.
Hirose explicou que dentro do cenário, a JICA – Japan International Cooperation Agency, também realizou pesquisas e coletou dados sobre os riscos de grandes terremotos e tsunami nos países da Ásia e do Pacífico. Em seguida, o Peru requisitou ao Japão que também desenvolvesse este sistema de prevenção a desastres dentro do seu país.
O projeto já esta em operação e foi implementado pela EWBS no “sistema DTT no Peru com excelentes funcionalidades”.

Continuará….

*Com António Araujo, Lucas Esteves, e Gustavo Zuccherato da Unesp/Bauru

NAB Show Collaborative no Congresso SET

De esq à direita: Tom Mccarthy (Clearleap), Aldo Campisi (Chyron Hego); Polo Aristoy (Direct TV) e Salena Willians (Nab Show)

Em parceria com a SET, a NABSHOW realizou pela primeira vez no contexto do Congresso SET uma série de palestras com convidados internacionais mostrando as principais inovações do mercado broadcast mundial No primeiro dia de Congresso (24 de agosto de 2014) a coordenação da NABSHOW organizou uma sessão visando apresentar ao mercado brasileiro tópicos representativos que foram debatidos na última NABSHOW 2014.
O NAB Show Collaborative foi moderado por Salena Willians e teve como principais palestrantes no domingo, Tom Mc Carthy, da Clearleap vai mostrou um estudo de caso sobre o que vem descobrindo em sua busca por novos mercados. A abordagem tratou das linguagens e barreiras culturais, preferências de conteúdo, características de infraestrutura, obstáculos técnicos e legais que são aspectos que diferenciam as oportunidades para a televisão na América Latina, nos Estados Unidos e Canadá e Europa.
Aldo Campisi, SVP Latam da Chyron Hego na sua palestra “o futuro dos gráficos no esporte”, afirmou que na atualidade os sistemas gráficos da empresa são utilizados por milhares de broadcasters em todo o mundo. Entre eles as redes ABC, FOX, CBS, ESPN, Turner Entertainment, The Golf Channel, Home Shopping, BBC, Sky Sports, Korean Broadcasting e Germany´s BR. Assim, a sua apresentação forneceu uma visão analítica sobre produtos e tecnologias e o impacto esperado com o desenvolvimento de novos recursos.
Polo Aristoy, SPV Latam de Direct TV mostrou como a empresa está redefinindo a indústria de vídeo entretenimento, com a distribuição de conteúdo através de múltiplos dispositivos, de telefones a laptops, ou mesmo para automóveis e aviões. A Direct TV é a primeira provedora dos Estados Unidos e América Latina (Sky no Brasil) com, talvez, a melhor tecnologia para distribuição e visualização de vídeo de alta qualidade em diferentes dispositivos.
Finalmente, Mark Ramberg da Amazon Media Entertainment, explicou o funcionamento dos serviços em nuvem que possibilitam que empresas de media e entretenimento enfrentem os desafios e a complexidade de oferecer conteúdo aos consumidores a qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
Mark Ramberg de Amazon Web Services afirmou que o futuro está no “conceito de gravidade do conteúdo é o que vai mudar o paradigma” porque se bem a nuvem está cada dia mais usada, está claro que é preciso ir com o conteúdo.
Para ele, hoje a nuvem é necessária para todas as empresas, há algum tempo ela era uma vantagem competitiva, hoje é uma necessidade.
Tom Mccarthy da Clearleap, explicou como atender a demanda de recursos na nuvem. “A penetração é cada dia maior, e como esta mudança as emissoras de TV e a recepção dos telespectadores”. Para ele é fundamental alavancar a nuvem e as suas arquitecturas permitirá que se estabeleçam conteúdos a nível global minimizando os custos de infraestrutura e assim as pessoas possam usufruir de diferentes plataformas. A nuvem é essencial para pensar em multitelas sem elas não há como fazer isso” Outro dos temas foi a Copa do Mundo e a experiência trazida por ela. Tom Mccarthy afirmou que durante a Copa a quantidade de tráfico foi enorme “e excedeu qualquer outro momento da história” porque teve oportunidades.
Na Copa mostramos que os resultados foram incríveis e mostramos que é possível avançar em multiplataformas, situação que Apo reafirmou, por “exemplo, não esperávamos que no Brasil houvesse um tráfico tão alto de tecnologia. Temos muita sofisticação na região e achamos que é possível ainda melhorar”. O Brasil e o México estão a frente da tecnologia, afirma Campisi, “nos interessa desenvolver produtos e soluções para a região”. Hoje já é importante desenvolver produtos para América Latina porque “ela está crescendo e gerando conteúdos próprios e a distribuição na região que tem crescido muito”.

Disputa por espectro é um problema global

Em concorrida sessão público presente pode conhecer a realidade de outros mercados na disputa por espectro

Demanda inflacionada nos Estados Unidos, congestionamento no Japão, indefinições na Europa. Todos aguardam a conferência da UIT em 2015 em relação ao uso do espectro para a televisão terrestre.
A palestra “Transmissão e distribuição – SPECTRUM: panorama mundial”, moderada por Ana Eliza Faria e Silva (SET/TV GLOBO) quem iniciou a sessão lembrando de um importante acontecimento que irá ocorrer em 2015 e que impactará todo o mercado de radiodifusão mundial: a conferência da UIT.
A demanda por espectro para oferta de banda larga móvel tem levado a indústria Broadcast e as Telecom a disputarem a já congestionada faixa destinada aos serviços de radiodifusão. Esta decisão da UIT é muito importante, pois poderá afetar até mesmo os serviços de satélite da Banda-C Masahiko Fujimoto, Vice diretor geral da ARIB (Association of radio industries e businesses) entidade responsável pelos relatórios e padrões técnicos no Japão demostrou sua preocupação no atual momento da radiodifusão do Japão no que diz respeito às demandas do espectro.
Fujimoto apresentou uma extensa gama de dados que comprovam a situação delicada de seu país. A faixa de 470-698 possui hoje 1200 transmissores e o espectro está congestionado, esta faixa está destinada a TV terrestre e pode ser destinada ao serviço móvel, em especial as faixas de baixa frequência. A Faixa 698-710 também está aloca para DTTB.
Para a associação essa banda é necessária para DTTB, principalmente no fornecimento do serviço On-seg, de fato para o representante da ARIB, um acontecimento ocorrido durante o Tsunami de 2011 que salvou 40 mil vidas durante o desastre. Policiais que estavam acompanhando as informações pelo sistema On-seg retiraram os passageiros das composições dos trens de uma estação antes que as ondas chegasses. O sistema terrestre em países com essas características é essencial para a população.
Logo após, Roland Beutler (EBU) apresentou um panorama histórico do que está se passando na Europa, a partir de 2006 tratando dos dividendos digitais e a visão dos radiodifusores sobre as demandas do espectro em território europeu.
Bleutler chamou a atenção para que as discussões iniciais não contemplaram a oferta de 4G na faixa destinada a TV terrestre, porque naquele tempo o sistema ainda não estava disponível, o que gerou novas normas posteriores. Atualmente, muitos países que já adotaram a faixa de 8MHz com canais alocados para a TV terrestre entre em conflito com a oferta do LTE. A EBU espera a conferência em 2015 e não sabe o que virá.
Tim Farrar, analisou os dados que serviram de base para as tomadas de decisão nos Estados Unidos. Dados inflacionados, segundo Farrar, que estão permitindo que as empresas de Telecom justifiquem a necessidade cada vez maior de faixas, o que resultou na tentativa de uso compartilhado pelos dois setores que afirmou ser impossível de ser operado. Mesma opinião de Bleuter e Paulo Balduino (SET/Abert), que tratou do cenário brasileiro. Balduino lembrou que o plano de compartilhamento é na verdade uma armadilha, pois cada vez mais as empresas de Telecom vão pressionando a radiodifusão até que acabe por vez com o uso pelo setor. “Essa decisão dos Estados Unidos e Canada na verdade se trata de uma readequação do uso da faixa. Uma política pública e já anunciada específica do caso americano”, afirmou Balduino. Ao final da sessão a moderadora Ana Eliza, afirmou que de tudo que foi dito o setor “precisa se envolver mais e estar mais ativo nessas discussões que envolve o espectro, pois decisões importantes serão tomadas em apenas 1 ano.