Para além do HD

Especialistas apresentam soluções de câmeras, de infraestrutura e de pós-produção para o cenário de emergência das tecnologias 4K e 8K

Na Copa do Mundo Brasil 2014, algumas empresas tiveram dificuldades na captação de imagens com câmeras com sensor de grande formato. A sessão Além do HD: soluções 4K/ 8K para aquisição e pós-produção na próxima geração de formatos de broadcasting apontou possíveis alternativas para esse tipo de transmissão: as novas câmeras 4K-HD com um, três ou quatro chips CMOS/MOS, prisma, sensores 2/3 de polegadas, e baioneta B4. Celso Araújo, diretor de fotografia da Globo, fez a moderação do painel, que contou com as exposições de Kohji Mitani (NHK), Milton Nakano (Hitachi), Neil Hugo (Panasonic), Erick Soares (Sony), Fredy Litowsky (Harmonic), Skip Levens (Quantum), e Edel Garcia (Glookast).

Para além do HD

Kohji Mitani, engenheiro da NHK, apresentou as novas câmeras 8K utilizadas pela emissora japonesa no projeto Super Hi-Vision (SHV), desenvolvido em parceria com empresas como a Hitachi e a Ikegami. “O objetivo do Super Hi-Vision é trazer senso de realidade às narrativas audiovisuais que entregamos aos nossos clientes. Até 2016, estamos preparando instalações para a produção de conteúdo em 8K ao vivo e gravadas”, destacou. Além das câmeras, Mitani contou que a NHK desenvolve equipamentos de conversão e de edição de imagens que “permitem uma interoperabilidade entre vídeos em 8K, 4K e HD”. “É um sistema que faz a conversão e a edição das imagens em uma mesma timeline. Deverá estar pronto no final deste ano”, pontuou.

Pela Hitachi, o gerente de exportação Milton Nakano falou das soluções 4K e 8K da empresa – desenvolvidas em parceiria com a NHK – para a captura e a pós-produção de imagens: “No NAB 2015, mostramos o Super Hi-Vision em seu modelo mais avançado. Nessa linha de câmeras, utilizamos um gravador de 2 TB para poder capturar em SHD. O CCU (Camera Control Unit) delas possui um canal de saída 8K OUT – 1 ch HD-SDI (1.5 Gbps) x 16 or 2ch HD-SDI (3Gbps) x8, mas também trabalha com saídas 4K e 2K. A linha está quase no mercado. Só estamos esperando a autorização da NHK para saber se podemos vender já ou não”, finalizou.

Neil Hugo, Product Manager da Panasonic, disse que “a tendência para esportes são as câmeras 2/3 polegadas com baioneta B4. Muitos usuários utilizam adaptadores para 2/3. Isso não é bom para a câmera, por que pesa. Nós pensamos em colocar o adaptador ótico dentro das câmeras. Dependendo do fabricante, especialmente para as câmeras de 2/3, utiliza-se essa opção. Nós prefirimos utilizar sensores internos”, frisou.

Kohji Mitani (NHK)

Erick Soares, especialista de vendas e marketing da Sony, falou da expectativa de evolução tecnológica para os próximos anos. “Com os avanços no Japão, previstos para os próximos anos, a Sony procura incorporar esse know-how. Cada vez mais, temos mais pixels, e esses pixels se tornam menores. E ai está um desafio. Como manter uma boa qualidade de imagem? A Sony se preocupa com isso, como mostramos na F65 8K. Hoje temos sensores de 35 mm e de 2/3 polegadas. Ambos são interessantes. Para a dramaturgia, os sensores Super 35 mm são mais adequados, por apresentarem uma relação sinal r

uído menor. Para o esporte, os sensores de 2/3 são melhores, pois fornecem mais profundidade de campo. Um outro ponto importante é o High frame Rate, que possibilita trabalhar com câmeras em velocidade mais alta. O grande desafio é passar do HD, em 3 Gbps, para o 4K, em 12 Gbps, ou o 8K, com um volume de dados praticamente insustentável por meio de cabos coaxiais convencionais. Esse é o desafio da indústria. Encontrar padrões em IP para ultrapassar essas barreiras e suportar as cadeias de produção 4K e, futuramente, 8K. Logo logo, toda a cadeia trabalhará com essa infraestrutura”, argumentou.

Os desafios em infraestrutura e pós produção de imagem

Fredy Litowsky, da Harmonic apresentou a solução da empresa para os desafios infraestruturais: “O sistema da Harmonic para a infra de servidores é baseado em sistemas modulares e em um client DSI. Com os novos formatos, criamos outras opções, podendo aumentar o número de clients e o número de storages. Mas, o que realmente traria inovação seria trabalhar com sistemas não apenas baseados em hardware, mas também com software-oriented e compression. A estratégia de fornecer a migração SDI para IP é propor uma estrutura de vídeo virtualizada, mas, ao mesmo tempo, fornecer soluções em appliance, fazendo a transição gradativamente. A nossa solução pode ser adicionada a sistemas que as emissoras já possuem. Isso vale também na parte de storage. Então, hoje, podemos atender sinais SDI standard até o UHD. Na parte de encoders, a solução da Harmonic funciona da mesma forma”, relatou.

Edel Garcia, vice-presidente executivo de operações mundiais da Glookast, lembrou que “ainda há poucas pessoas trabalhando com filmagens em 4K e com pós-produção em 4K, porque a transição do HD para o UHD ainda é muito recente. Uma coisa que devemos nos preocupar é em trabalhar simultaneamente com soluções para 4K e HD, assim, não precisamos jogar fora toda a nossa infraestrutura. Dependendo da área com que você trabalha, é possível migrar para edições em proxy também” encerrou.

SET Expo 2015

A feira será realizada de terça-feira, 25 de agosto até quinta-feira, 27 de agosto. Este ano, o SET EXPO, Feira de Equipamentos, Tecnologia e Serviços aplicados aos Mercados de Broadcasting, Telecomunicações e Mídias Convergentes espera um público de mais de 15 mil visitantes entre profissionais, empresários e executivos do mercado de produção e distribuição de conteúdo eletrônico de multimídia, incluindo TV aberta e por assinatura, rádio, internet, indústria, produção e telecomunicações.

Mais de 200 expositores, representando mais de 400 marcas nacionais e internacionais vindos de países como Estados Unidos, Canadá, Israel, Coréia, Itália, Espanha, Chile, e muitos outros estarão presentes na edição 2015. Ainda a exposição contará com pavilhões internacionais do Reino Unido, Alemanha, Japão, Argentina e Escandinávia.

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Equipe Revista da SET/ProEx Unesp: Fernando Moura e Gabriel Cortez, em São Paulo