95% dos brasileiros ainda consomem vídeo a partir dos meios tradicionais, indica pesquisa do Kantar Ibope Media divulgada em Brasília

SET Centro-Oeste 2017

por Gabriel Cortez e Fernando Moura

 

População passa, em média, seis horas e vinte e cinco minutos por dia assistindo TV – 99,93% em aparelhos televisores convencionais; proliferação de telas, contudo, é realidade e reforça engajamento com o broadcast

Proliferação de telas é uma realidade no Brasil: em 2017, 8% já possuem quatro telas

O diretor da Kantar Ibope Media Arthur Neto, em palestra no SET Centro-Oeste 2017, afirmou que 95% das pessoas consomem vídeo a partir dos meios tradicionais no Brasil, enquanto 72% consomem vídeo online. Os dados são do primeiro semestre de 2017 e consideram 21.300 entrevistas. A pesquisa indicou ainda que os brasileiros passam, em média, seis horas e vinte e cinco minutos por dia assistindo TV – 99,93% em aparelhos de TV convencional, 2% em smartphones, 0,59% em Pen TV Digital e 0,33% em tablets. Os dados mostram também que 93% havia consumido TV aberta nos últimos sete dias.

O tempo médio de consumo de mídia dos brasileiros é de oito horas e trinta e sete minutos por dia, de acordo com o executivo. “Os ambientes estão em transformação. A vida e os conteúdos estão cada vez mais líquidos e o consumo de mídia é cada vez mais presenta na vida dos brasileiros. Com a internet, a TV ganha mais força, porque o consumo ampliado e convergente gera interação e engajamento. Mas não podemos esquecer que vivemos em um país de dimensões continentais e nos enganar quando pensamos apenas na ‘nossa’ realidade. Henry Jenkins, em Cultura da Convergência, já afirmava que os meios tradicionais não vão morrer, o que vai mudar é a relação que estabelecemos com eles”, comentou Neto.

Arthur Neto (Kantar Ibope Media)

A proliferação de telas é uma realidade, segundo o diretor do Kantar Ibope. Em 2012, apenas 1% dos brasileiros possuía 4 telas, 13% possuía 3 telas e 66%, 2 telas. Em 2017, 8% possuem 4 telas, 48% possuem 3 telas e 61% possuem 2 telas. O futuro das medições de audiência, neste cenário, precisa ser híbrido, de acordo com Arthur Neto, uma vez que o consumo se estende às múltiplas plataformas. “O engajamento é medido a partir da relação entre o tempo do dia e o tempo que a pessoa consome, curte, comenta, compartilha, convence. Mas o engajamento é complexo e multidimensional”, destacou.