Pré-produção e planejamento são fundamentais para garantir uma pós-produção de áudio tranquila e de qualidade

Grandes especialistas de áudio estiveram reunidos no painel “Produção de áudio: uma nova visão sobre o cuidado com o áudio em TV”. O objetivo foi o de explicar a importância do cuidado com a pré-produção e planejamento, visando uma boa captação de som e garantindo uma pós-produção tranquila e com qualidade. Na abertura, o moderador do painel, o sound designer Carlos Ronconi, citou uma frase de Steven Spilberg de que a experiência audiovisual tem ao menos 50% de áudio. “Eu diria que é até mais”, afirmou.

 

Em seguida, o produtor de áudio da TV Globo, Luiz Kruszielski, abordou o paralelo existente entre o áudio e a percepção visual. “A audição tem um caráter fundamental de transmissão de informação”, disse. Por meio de exemplos simples, mostrou na prática conceitos de percepção de distância de som, intensidade e volume. Segundo demonstrou, se alguém falar mais alto, o receptor poderá considerar uma proximidade maior, quando muitas vezes isso não acontece. Também exibiu duas imagens de um mesmo homem falando uma  mesma palavra, porém, com movimentos diferentes da boca. Isso comprova que a imagem pode alterar a sensação do som.

 

Paulo Ricardo Nunes, também produtor de áudio da TV Globo, trouxe em sua palestra um debate sobre “A voz do dono e o dono da voz”. Antes de explicar o seu conceito, ele trouxe duas características da voz: ela como palavra, representando o autor; e a voz como identidade do personagem. “A voz do dono pertence a um propagador desse som, ou seja; atores, atrizes e instrumentos. E o dono da voz é o meio, filme, novela e séries”, afirmou. Nunes trouxe um histórico da formação da audição e estabeleceu um paralelo. “Para nós, técnicos de áudio, o ouvido é o microfone e o olho é a lente”, disse.

 

Evolução pelo esporte

Único representante do esporte no painel, Rubens Carvalho, sonoplasta e produtor de áudio do Grupo Globo, apresentou a evolução do áudio no decorrer das décadas. Entre os fatos elencados está a primeira transmissão de um jogo de futebol pelo rádio, em 1932 e também a primeira transmissão ao vivo de um jogo de futebol pela TV no Brasil, em 1955. Apresentando fatos importantes numa espécie de linha do tempo, ele chegou até os dias atuais, com o áudio imersivo.

 

O primeiro teste de áudio imersivo realizado pela Globo foi em 14 de  março de 2018, na final do campeonato paulista entre Corinthians e Palmeiras. Outra tecnologia citada por Carvalho é a de fazer um único projeto de som para ser gerado em todas plataformas (notebook, TV, smartphone, etc.)