Novas tecnologias auxiliam na agilidade e na qualidade da cobertura jornalística

Soluções e tendências da cobertura jornalística, seja com tecnologias recentes, equipamentos inovadores ou melhoria de processos, foram o tema do painel “Plataformas de Contribuição / Advanced Newsgathering / Sports”, que teve a moderação de Caio Klein, diretor da TVE-RS.

Na primeira palestra, Pedro Luiz Mess, gerente-geral América Latina da JVC, apresentou o case da rede de televisão mexicana Televisa, que aplica a tecnologia IP nas câmeras jornalísticas, facilitando o fluxo de trabalho entre a cobertura de campo e o processamento de informações no estúdio.

Mess iniciou sua palestra, “Tecnologia para Contribuição de Jornalismo – Caso Televisa”, falando sobre um dos principais desafios atuais das transmissões televisivas. “Uma das características de nossas transmissões, uma realidades no mercado, é que as transmissões 4G são muito irregulares. Isso resulta em perda em pacote de transmissão”, afirmou. Depois, apresentou algumas tecnologias da JVC para resolver o problema, entre elas as câmeras com conectividade.

Especificamente sobre o case Televisa, o gerente-geral deu detalhes da rede, que tem 28 unidades com uplink 4G e mais de 200 câmeras JVC no jornalismo, todas com conectividade, com fluxos de trabalho FTP e Live. Segundo ele, a tecnologia está ajudando a Televisa a criar um novo sistema de cobertura, com monitoramento profundo de redes sociais e agilidade na produção jornalística. “O posicionamento da Televisa é o de que, quando sai alguma coisa na mídia social, incentivar as pessoas a ir no site deles para ver se a informação é verdadeira e ter informação mais completa que as redes sociais”, finaliza Mess.

Inteligência Artificial

Hugo Gaggioni, diretor de tecnologia da Sony Professional Solution Americas, apresentou os recursos, tecnologias e fluxos de trabalho em uso no sistema de produção XDCAM Air com a palestra “Transformando as Plataformas de Produção/Transmissão para ENG/FTP: XDCAM Air”. Segundo ele, a tecnologia utiliza um sistema de gerenciamento de conteúdo baseado em nuvem para compartilhamento e gerenciamento de informações, oferecendo como exemplos de benefícios agilidade na captação, edição e transmissão de imagens.

Gaggioni também falou sobre o uso de Inteligência Artificial na cobertura esportiva nos Estados Unidos, com foco no NavX, sistema de gerenciamento de conteúdo da Sony com recursos de IA. “Hoje já é possível analisar movimentos corporais e identificar rostos via Inteligência Artificial, como vemos, por exemplo, em jogos de futebol americano transmitidos nos Estados Unidos”, afirmou.

Henrique Lopes, coordenador de Operações e Eventos na Globosat, foi o terceiro a falar, com o tema “Novos Formatos de Produção e Contribuição de Conteúdo nos Eventos e Produções ENG”. O profissional fez um overview das transformações que a tecnologia trouxe às produções jornalísticas, em especial com a influência da internet, o que levou à criação de novos formatos – do uso de maletas equipadas a smartphones/tablets para a transmissão. “Esta estrutura surgiu de demanda interna e não está efetivamente implantada, mas tem tudo para ser implantada, que é um miniestúdio com smartphones. Isso pode nos levar a questionar a qualidade da transmissão, mas não é só isso que é importante, mas também aplicabilidade e portabilidade”, afirma. Lopes também citou cases de produção, de eventos artísticos a esportivos.

Evolução dos mochilinks

Na última parte do painel, o jornalista Fábio Eitelberg, diretor da 2Live e da Ablink, tratou do tema “Jornalismo e Esportes via IP: a revolução continua”, abordando três temas principais – a evolução dos mochilinks e o que vem depois deles; produção remota (remi ou at-home production); e automação para esportes, o caminho para a produção de baixo custo.

“Os mochilinks foram diminuindo de tamanho e hoje temos modelos levíssimos, com toda a funcionalidade que existia antes só em estúdios e incorporada por equipes de jornalismo de rua. Isso está em operação em muitas emissoras no país”, disse Eitelberg, que falou sobre a LiveU Matrix, plataforma de distribuição que incorpora elementos de inteligência artificial para oferecer intercâmbio de conteúdo entre redes/afiliadas e afiliadas/afiliadas.

Eitelberg citou cases de utilização da plataforma, como a cobertura por uma empresa de mídia da despoluição da Baía de San Francisco (Califórnia), a cobertura da Rede Amazônica de um incêndio em Manaus (com toda a equipe jornalística na rua, tudo feito via IP) e a transmissão da Liga de Basquete Feminino, com jogos semanais totalmente transmitidos via LiveU. “A automação na cobertura esportiva vai reduzir drasticamente os custos, com possibilidade de fazer todo o monitoramento e operação remotos desses sistemas”, finaliza.