Emprego do 4G e 5G no mercado audiovisual representa evolução para produção de conteúdo e distribuição de sinais

O impacto do 5G na economia global deve chegar a US$ 2,2 trilhões a partir do ano de 2034, segundo dados da consultoria GSM apresentados durante o painel “Distribuição audiovisual em 4G/5G”. Outra pesquisa, da ABI Research Group, indica que as operadoras devem arrecadar US$ 245 bilhões com o 5G em 2025. O painel teve moderação de Cristiano Akamine, Ph.D em engenharia elétrica e pesquisador do assunto. Para discutir o tema ele recebeu cinco renomados especialistas do assunto.

O primeiro a falar foi José Marcos Câmara Brito, que além de uma extensa e sólida carreira acadêmica também é secretário-geral do projeto 5G Brasil. Ele abordou o desenvolvimento do projeto no Brasil e adiantou que os primeiros testes devem ter início já em 2020 no Brasil. Já João Vandoros, responsável pela operação da Eurovision no Brasil, falou da experiência da EBU (European Broadcasting Union) com testes em 5G. “A gente entende que o 5G pode ajudar muito tanto na parte de produção quanto distribuição de sinais”, afirmou o especialista.

Em sua palestra, Mohamed Azia Taga, gerente de produto para LTE/5G, falou da possibilidade de um ambiente híbrido com o emprego do 5G. “Falamos de um ambiente híbrido, com operadores de broadcast e de usuários de dispositivos móveis, já que os usuários são os mesmos”, afirmou. Para Taga, os grandes beneficiários dessa tecnologia são os usuários de streaming móvel, TV ao vivo e ainda serviços públicos, como alertas de emergências.

 

Experiências práticas

Nicolas Driesen, da solução de rede Huawei do Brasil, falou a respeito do trabalho da empresa na instalação de estações rádio base de 5G. Recentemente a empresa informou ao mercado ter firmado 50 grandes contratos para fornecimento de tecnologia e equipamentos. São cerca de 150 mil estações rádio base em países como Coréia do Sul, Espanha, Reino Unido, Suécia e Finlândia. Só em um desses contratos foram fornecidas 18 mil antenas, instaladas em cinco meses. “Não precisamos mais de um guindaste para erguer equipamentos. As antenas atuais pesam cerca de 20 kg cada”, afirmou.

Outra aplicação do 5G é para emprego em rede fixa tal como a fibra ótica, para atender regiões remotas. Foi o caso, por exemplo, da operadora Viva, do Kwait. “O vídeo é o grande motor dessa engrenagem e, por isso, as empresas fazem parceria com geradoras de conteúdo”, disse Driesen.

O gerente de pré-vendas da ZET, Tarcisio Bruneli Pilati, mostrou vários casos de aplicação de 5G em streaming ao vivo em eventos esportivos, tais como basquete e futebol americano nos EUA, provas ciclísticas na Bélgica, jogos de futebol na Espanha e Itália, e partidas de beisebol no Japão. As novidades que o 5G traz para esses casos incluem desde câmeras exclusivas em 360° com possibilidade de uso de óculos de realidade aumentada, aplicativos que fornecem possibilidade de rever trechos de lances, zoom do jogador com sua ficha completa e ângulos diferentes.