Para ajudar a prever o futuro da mídia e hábitos de consumo, o congresso da SET Expo reuniu especialistas em mercado. Um dos panoramas foi apresentado por Georgia Jordan, analista da Kagan. Sobre distribuidoras, operadoras e telecoms, ela comenta que “temos visto o surgimento de uma série de serviços que convergem os modelos”. Dessa forma, o mercado sai de uma realidade na qual havia agentes como emissoras, estúdios de cinema, distribuidoras de vídeo e anunciantes para um cenário muito mais complexo. “Mas as mudanças de hábito de consumo vieram antes da internet, ela está apenas facilitando as coisas. Em um passado recente, o binge watching era com um box de DVD, por exemplo”.

 

Após a fusão de operadoras no começo desta década, agora os investimentos estão focados em empresas produtoras de conteúdo, como a recente compra da FOX pela Disney, entre outras. 

 

Melissa Vogel, CEO da Kantar IBOPE Media no Brasil comenta que o consumidor é extremamente afetado por uma série de informações e de dados, e a capacidade cognitiva tem uma limitação. “Percebemos que empresas que conseguiram sucesso e crescimento entenderam as limitações e foram atrás de zonas de desconforto. O meio televisivo também está buscando reinvenção. No meio disso, o consumidor está mais crítico. Eles querem ver um conteúdo que seja relevante (88% no país). E nas principais regiões metropolitanas, em sete dias, 96% dos brasileiros consumiram TV ou video on demand de qualquer natureza.

 

Desse total, 92% assistiram programação linear e VOD – 66% exclusivamente linear e VOD. Uma parcela de 30% assistiu VOD, mas exclusivamente nessa plataforma, apenas 4% dos entrevistados. Prova de que a convergência também acontece na ponta final da cadeia, no consumidor. De forma geral, ele não abandona uma plataforma em detrimento da outra, mas passa a utilizar a que melhor lhe atende.

O painel foi moderado por Roberto Franco, head de Assuntos Institucionais e Regulatórios do SBT e Anwar Nassar, CEO da Lotier International.