TV por assinatura ainda é player relevante, mas tem desafios impostos pelos entrantes no mercado de distribuição de vídeo

A TV por assinatura não está com os dias contados, mas é uma unanimidade no mercado de que ela precisa se reinventar para manter-se e ser competitiva no mercado de distribuição de vídeo. Oscar Vicente Simões de Oliveira, presidente executivo da ABTA, apresentou dados da Digital TV Research. Em 2016, a TV por assinatura tinha 969 milhões de assinantes ao redor do mundo. Entre 2010 e 2016, a expansão de assinantes foi da ordem de 254 milhões, crescimento puxado, sobretudo, pelos BRICs. Para 2022, a previsão é chegar a 1,09 bilhão de assinantes. “É evidente que os players de OTT são uma ameaça à indústria, mas não estamos falando um uma ruptura. Ainda há espaço para crescimento, mas há um desafio posto em rearranjo de oferta e inovação”.

 

Segundo Simões, a solução que muitos operadores têm encontrado é desenvolver suas próprias plataformas de VOD. Guilherme Saraiva, diretor de tecnologia do Telecine, falou das iniciativas do grupo de canais de filmes da Globosat para se adaptar às novas formas de consumo. Uma pesquisa feita com a NET mostrou que 48% do consumo do canal já acontece de forma não-linear.

 

Saraiva observou que a audiência do Telecine. De acordo com o executivo, o consumo cresce bastante pelos apps nas TVs conectadas e pelo mobile. Ele destacou a importância do Analytics para ter informações em tempo real sobre o consumo, mas concluiu que há uma curva de aprendizado aí e apesar das informações chegarem em tempo real, ainda há um tempo para ações e medidas corretivas.

 

Marcelo Coutinho, professor da FGV, também participou do painel e aconselhou a indústria de televisão a prestar atenção no que aconteceu com a imprensa e com a indústria fonográfica para que entenda a rápida necessidade de adaptação aos novos tempos.