A revolução da TV digital e on demand e o destino da televisão são temas de discussão durante o SET EXPO

O destino e a evolução da televisão foram discutidos no painel mediado por Fernando Bittencourt, diretor internacional e membro do conselho de ex-presidentes da SET Brasil.

 

Segundo pesquisa sobre hábitos dos espectadores trazida por Bittencourt ao evento, nos EUA o tempo dedicado à TV ao vivo caiu nos últimos anos, especialmente entre os mais jovens. “Hoje, Netflix é sinônimo de televisão para os mais novos”, disse. O tempo gasto com as mídias digitais vem aumentando, alavancadas, também nas faixas etárias mais jovens, pelo uso massivo dos smartphones. “Esse comportamento tende a se repetir em todo o mundo.”

 

Questionada sobre o que é televisão, Lisa Hobbs, vice-presidente de estratégia de portfólio de compressão comercial da Ericsson, afirmou que o conceito evoluiu e que “TV hoje é qualquer tipo de vídeo, em qualquer plataforma utilizada por qualquer pessoa, em qualquer lugar”, disse. “Não acredito que as transmissões tradicionais vão desaparecer nos próximos dez anos, mas penso que as mudanças serão importantes, como já estamos vendo hoje.”

 

Para Masayuki Sugawara, engenheiro-executivo da NEC e presidente do grupo de especialistas em radiodifusão digital (DiBEG), as transmissões tradicionais não devem sofrer grandes mudanças, mas “no Japão também há uma tendência de digitalização, porém de forma menos drástica que nos Estados Unidos”. “Se a gente não conseguir mudar os hábitos dos espectadores, para que os jovens passem a se interessar por TV tradicional, teremos de mudar nosso modelo de negócios.”

 

De acordo com Simon Fell, diretor de tecnologia e inovação da UER (União Europeia de Radiodifusão), que participou do painel remotamente, antigamente a TV dava uma ordem de transmissão ao espectador, como por exemplo, documentário, novela, jornal, e, hoje, o jovem não está mais acostumado a isso.

 

Bittencourt questionou os participantes se teremos espaço para um mercado de transmissão 5G no futuro.  A resposta veio de Lisa Hobbs: “sem dúvida que sim, no entanto não sei se os países que têm uma infraestrutura já bem estabelecida gostariam de usá-lo, de fazer essa mudança. Mas na África e em partes da Ásia certamente trará mudanças significativas”.