Painel discute OTT de vídeo no Brasil e no mundo

O moderador Salustiano Fagundes, fundador da HIRIX Engenharia de Sistemas e CEO da HXD Smart Solutions, abriu o painel Melhores práticas e novas fronteiras do vídeo OTT com dados de pesquisas recentes . “OTT de vídeo não é isolado, faz parte de um ecossistema muito complexo que é o de mídia e televisão”, afirmou.Segundo a pesquisa apresentada, o mercado de OTT chegará a US$ 64 bilhões no mundo em 2021, sendo que US$ 3,59 bi serão só entre Brasil e México, que devem liderar a América Latina e ocupar, respectivamente, o quarto e quinto postos globais.

 

Ainda de acordo com o levantamento apresentado por Fagundes, os consumidores nos EUA gastam 45% mais tempo escolhendo o que assistir nos serviços de VOD do que procurando um programa para assistir na TV linear. “A transmissão de vídeo 4K está crescendo, com Netflix e Amazon transmitindo nessa qualidade”, relatou.

 

O engenheiro sênior de pesquisa da NHK, Masaru Takechi, que trabalha para implantação e harmonização do Hybridcast, sistema que pode oferecer serviços como segunda tela e VOD/ streaming, também participou da discussão. “No Japão, mais de cinco milhões de pessoas usam o sistema Hybridcast”, disse Masaru. “Esse sistema permite uma seleção flexível de conteúdo, gerando publicidade direcionada e relação de conteúdos similares.”

 

Luiz Bannitz Guimarães, diretor de conteúdo e negócios da plataforma digital Looke, a “Netflix” brasileira, falou como foi montar o plano de negócios da empresa. “Nosso streaming é adaptativo, como na Netflix. Como a banda larga é ruim no Brasil, oferecemos também a opção offline, na qual você baixa o conteúdo no wi-fi e assiste offline”, contou. “O serviço tem de ser impecável, evoluir e ter foco no usuário.”

 

Marcello Azambuja, diretor de plataformas digitais da Globo.com, falou sobre os live streamings da empresa, sendo que o primeiro foi o do Big Brother Brasil, “um grande desafio na época, em 2002”. “Em 2003, lançamos o primeiro OTT do Brasil, o Globo Media Center, e em 2005 transmitimos a final da NBA. Em 2010, na Copa do Mundo, o site fez pela primeira vez a transmissão em HD. E em 2014 fizemos o primeiro live stream com multicâmeras. Hoje, já temos conteúdo 4K disponível no Globo Play”, contou.

 

Já o Coordenador Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas da USP, Marcelo Zuffo, afirmou que “OTT é simplesmente uma TV com um computador dentro”. “O mercado de TV cresce 1% ao ano e o de TV online, 25%. Percebemos que a geração dos millennials praticamente abandonou a ideia de assistir TV em tela grande, migrando para os smarphones. A gente não sabe se esse comportamento vai mudar quando eles crescerem”. Zuffo ressaltou que no Brasil a TV ainda é um meio massivo para o consumo de mídia, independente de idade, gênero, escolaridade ou renda, que 60% do público jovem usa redes sociais através do smartphone enquanto assistem TV e que 64% dos brasileiros conectados à internet assistem TV ao mesmo tempo que usam redes sociais. “A gente digitalizou a TV para ter espectro para banda larga móvel”, concluiu.